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Há exatos 100 anos o norueguês Roald Amundsen chegava pela primeira vez ao Polo Sul

Redação Webventure/ Destino Aventura

O norueguês Roald Amundsen (foto: Arquivo Webventure)
O norueguês Roald Amundsen (foto: Arquivo Webventure)

Em junho de 1928, Roald Amundsen partia em um hidroavião para a região do Arquipélago de Svalbard, no Oceano Ártico. Essa não foi a expedição que deu fama ao aventureiro norueguês, mas a última empreitada de sua vida. Ele faleceu quando tentava localizar o amigo Umberto Nobile, cujo dirigível caiu enquanto voltava do Polo Norte.

A última viagem de Amundsen foi, em parte, uma tentativa de reconquistar o brilho de outrora: pouco mais de 16 anos antes, exatamente no dia 14 de dezembro de 1911, ele foi o primeiro homem a alcançar o Polo Sul. Um feito que o tornou famoso, transformando-o em um mito.

Por muito tempo acreditou-se que Amundsen era um cientista metódico, que agia sem paixão pelas suas metas. Contudo, as anotações de seu diário pessoal, reveladas anos depois, mostraram que seu trunfo estava em controlar a própria impulsividade.

A equipe de Amundsen era composta apenas por cinco homens, quatro trenós e 52 cães. Eles partiram da Baía das Baleias no dia 20 se outubro de 1911, percorrendo 1.340 quilômetros de terreno desconhecido.

Na mesma época, o inglês Robert Scott também tentava a conquista do polo. Mas ele partiu apenas em novembro, carregando seus equipamentos em dez pôneis, 12 trenós de esqui, mais dois trenós a motor e 24 cachorros. Todos os pôneis vieram a falecer, assim como o próprio Scott, cujo principal erro foi a economia com mantimentos.

Já o explorador norueguês, por sua vez, foi meticuloso no planejamento, especialmente com relação à comida. Os próprios cães que puxavam os trenós eram sacrificados e serviam de alimento. Além disso, parte das caixas de víveres, que eram mais pesadas, foi abandonada pelo caminho.

Assim, Roald Amundsen deixou um dos principais legados para os aventureiros que vieram a seguir seus passos pela Antártica: o uso racionalizado de alimentos e a escolha meticulosa de equipamentos e animais para auxiliar nas condições específicas do ambiente explorado.

Antes da fama. Antes de partir rumo ao ponto mais austral do planeta, o norueguês participou da primeira expedição a passar um inverno inteiro na costa Antártica. Ele estava no grupo liderado pelo belga Adrien de Gerlache, que passou 13 meses isolado no gelo.

Amundsen também foi pioneiro na travessia entre o Oceano Atlântico e o Pacífico utilizando a passagem noroeste, entre o Canadá e a Groelândia. Esse feito se deu entre 1903 e 1905, quando ele aproveitou para conhecer os esquimós netsilik. Este povo o ensinou a utilizar trenós puxados por cães, usar roupas folgadas de pele de rena, que aquecem e permitem ventilação, além das botas de pele e a construir iglus.

Literatura. O Último Lugar da Terra é um livro focado na disputa entre o inglês Scott e Roald Amundsen. Baseado em uma rica pesquisa bibliográfica, a obra de Roland Huntford mostra que a expedição norueguesa foi bem sucedida não por mero acaso. Com edição da Cia. das Letras, o preço sugerido é de R$ 82.

Quem quiser conhecer a versão do próprio Amundsen, pode encontrá-la no livro Polo Sul. Com última edição lançada em 2001, é uma tradução do diário do capitão norueguês durante a empreitada. Atualmente, à venda apenas em sebos.

Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi

Last modified: dezembro 14, 2011

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