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Conheça um paraíso da escalada esportiva e tradicional na Colômbia: o parque de Suesca, a 60 quilômetros de Bogotá

Redação Webventure/ Destino Aventura, Montanhismo

Uma das várias fendas a serem subidas em Suesca (foto: Danielle Pinto)
Uma das várias fendas a serem subidas em Suesca (foto: Danielle Pinto)

Eu já havia escutado falar de Suesca (“o lugar de escalada mais popular na Colômbia”) quando estive no Peru, afinal, colombianos é o que não faltam no Peru. As referências eram sempre as melhores: lá existiam muitas fendas, vias de cordadas, tetos com agarras gigantes, arenito. Bom demais para acreditar.

E as fotos que eu já tinha visto do lugar tão pouco fizeram jus à diversão proporcionada durante os dias que passei escalando ali nada melhor que estar no lugar para comprovar que tudo o que falaram é realmente verdade. A região abriga mais de 300 vias, segundo o último guia local, publicado em 2007. Uma linha de trem, praticamente desativada, percorre toda a extensão da parede de arenito.

A rocha, com altura máxima de 130 metros, parece, de longe, ter muita vegetação. Porém, as vias seguem por diedros e fendas limpas, que proporcionam diversas possibilidades para colocação de proteção móvel (camalots, friends e nuts). E, por a parede ser de arenito e não ter a mesma resistência do granito, recomenda-se subi-la usando mais proteção do que o usual. Por isso, escalamos com um jogo completo de camalot, com os números 1 e 2 repetidos, e um jogo de nuts.

As vias são, em sua maioria, negativas, com muitos tetos e agarrões de cair para dentro, alucinantes! Vias para todos níveis e classe de escaladores. Em Suesca, se escala tradicional com cinco cordadas sem nenhuma proteção fixa ou vias esportivas de 5.13 (9º grau, na tabela brasileira) e até 5.14 (10º).

É comum também encontrar escaladores carregando seus crashpads. Sim! Há boulders em Suesca. Mas afirmo e confesso que o que mais me encantou no local foram os diedros e as fendas, finalizados com seus tetos e travessias, mais impressionantes que tecnicamente difícil.

A comunidade esportiva. Suesca também possui gente muito boa onda. Há uma comunidade forte de escaladores, com associação e atividades regulares. Participamos de uma sessão de exibição de fotos, em um evento que acontece todo mês.

Nos finais de semanas, “o parque”, como a área de escalada é chamada, recebe muitas pessoas, não só escaladores, mas turistas que veem da capital Bogotá e arredores. É uma festa só! O pessoal vende churros e empanadas nas bases das vias e a criançada fica correndo por todos os lados.

Alguns escaladores montam top rope nas vias mais fáceis, na entrada do parque, e oferecem a experiência em troca de alguns pesos colombianos. Nos fins de semana, às 8h da manhã, os tops já estavam armados. Alguns escaladores locais também vivem como guias.

Mas, também é possível escalar sem ver nenhuma alma viva: basta se afastar um pouco da entrada, caminhando uns 20 minutos pela linha do trem e pronto, é só você, seu parceiro e a sua via.

Anote aí. O parque está localizado praticamente dentro do pequeno município de Suesca, há cerca de 60 quilômetros de Bogotá. A empresa Alianza faz o trajeto Bogotá-Suesca a cada hora, das 5h às 21h. Os ônibus saem do Terminal Transmilenio, a 8 reais cada trecho. No sentido Suesca-Bogotá, o último transporte parte às 19h.

Para dormir, existe a opção de camping dentro do próprio parque, albergue ou pousada na cidade. O custo varia de 20 a 50 reais por dia. A moeda é o peso colombiano e o seu valor em relação ao real é quase o mesmo. Mas, a comida é mais barata: se paga cerca de 6 pesos por um prato feito caprichado.

O clima na região é bem marcado por uma estação chuvosa e outra seca e a temperatura não varia muito. Entre os meses de dezembro a fevereiro quase não chove se bem que chuva não costuma atrapalhar os escaladores, que ficam protegidos sob os negativos e os tetos de Suesca.

Eu estive por lá entre outubro e novembro, fim da temporada de chuva. Na ocasião, aprendemos que o melhor era escalar as vias longas de manhã, quando se tem de sair por cima, caminhando (não existem pontos fixos para rapelar e a negatividade da parede deixaria a descida bem complicada). À tarde, quando caem as pancadas de chuva, fazíamos as vias esportivas, que não ficam molhadas.

O que mais falar de Suesca? Nada. O melhor, realmente, é ir para lá e conferir tudo de pertinho.

>> Informações sobre a região: www.monodedo.com ou colombia@monodedo.com.

>> Onde ficar: www.hostelvivac.com.

Este texto foi escrito por: Danielle Pinto

Last modified: outubro 18, 2011

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