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Paulo e Helena partem para o Chile pensando nos Himalaias

Redação Webventure/ Montanhismo

Os alpinistas Paulo e Helena Coelho seguem hoje para a segunda etapa de um projeto inédito: uma brasileira no cume de uma montanha com mais de 8 mil metros. O palco, no caso, será o Cho Oyo (8.201m), nos Himalaias. Mas a tentativa só acontece no fim de março. Agora o casal aproveita o Carnaval para escalar o Ojos del Salado (6.908m), no Chile, a segunda maior montanha do continente. O maior desafio, adianta Paulo, será o pouco tempo de aclimatação.

“Vamos fazer tudo em uma semana porque é o tempo que temos de folga do trabalho”, conta o alpinista, que dá aulas na USP. Lena é diretora de uma escola pública. “Sabemos que não o ideal, mas vamos confiar na nossa facilidade em nos adaptar ao ar rarefeito.” Neste ano, em janeiro, eles subiram pela quarta vez o Aconcágua (6.962m), o topo das Américas.

“A escalada do Ojos é tecnicamente mais simples que o Aconcágua, mas é difícil comparar porque são montanhas bem diferentes”, conta Paulo. “Não sabemos exatamente o que vamos encontrar lá, vai ser a primeira vez.” Por isso eles terão a companhia de Fábio Fagayver, que já esteve no Ojos, além do patrocínio da Iram Máquinas Industriais.

No Himalaia – Para não perder a aclimatação, a investida no Cho Oyo começa no próximo dia 25. Num “8 mil”, as dificuldades aumentam. “Como sempre, não vamos usar garrafas de oxigênio. E será uma escalada alpina, sem sherpas e mulas”, descreve. Desta vez, serão só Paulo e Lena. A estratégia é fazer apenas dois acampamentos: o base-avançado e o avançado, partindo de cerca de 7 mil metros para o ataque ao cume.

“A pior parte da escalada deverá ser uma parede entre os 7 e 8 mil metros. Chegar ao cume também não é brincadeira: é preciso ter muita resistência porque o cume é arredondado e se anda muito até chegar exatamente ao ponto mais alto”, explica Paulo.

Outro desafio na alta montanha será aguardar as famosas “janelas”, dias propícios à escalada. “Ter uma janela não significa céu azul. Basta pouco vento e nada de neve.” Experientes no assunto – já estiveram duas vezes no Everest, sem fazer o cume -, eles calcularam que precisarão de três dias consecutivos de tempo bom para completar a escalada e o recorde de Lena.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira

Last modified: março 3, 2000

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