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Lembranças do Rally dos Sertões

Redação Webventure/ Offroad

“Não basta um bom carro, é preciso estratégia e muita concentração.” Assim a dupla Marcos e Marcelo Miyake define sua participação em três edições do Rally dos Sertões, o mais importante da América Latina. Nas lembranças relatadas aqui, buracos, fim da gasolina, buzina muda e muita, muita garra.

Em 97, após correr de uma etapa do Mitsubishi Motors, Marcos Miyake e seu irmão Marcelo resolveram participar do V Rally Internacional dos Sertões, com o simples objetivo de fazer uma viagem pelo interior do Brasil. Não teve jeito, foram contaminados pelo espírito de competição, chegando a estar ficar os dez primeiros colocados na classificação geral. Devido a falta de preparo do veículo, uma Pajero 3.0 original, ficaram sem gasolina durante uma Especial, comprometendo toda a prova.

Já em 98, Miyake voltou determinado a vencer sob o comando de Detlef Altwig. Mais experiente e com algumas modificações no carro, acelerou forte e novamente viu seu sonho ir por água abaixo quando caíram em um buraco no último dia de prova. Estavam em 7º lugar na geral. O rally não permite erros.

Este ano, com o mesmo carro e a garra de sempre, Miyake se uniu a Fernando Fragoso para disputar uma difícil batalha. A única Pajero 3.0, já malhada por dois anos, se preparava para enfrentar um exército de sete Evolution e uma dúzia de 3.5. Com um cilindro falhando largaram em 55º lugar, pois não haviam feito o prólogo. O rali estava começando.

Logo no primeiro dia, o motor de arranque parou de funcionar, um farol caiu, a antena do rádio foi arrancada e a buzina ficou muda (como foi difícil ultrapassar!). A estratégia de prova era poupar o veículo.

Ponto morto – Sem perder tempo e com uma navegação precisa, Miyake e Fragoso tiveram o total controle do carro. Mas em Palmas, no dia de descanso, a máquina apaga. Seria ela? Sim, a maldita bomba de gasolina estava solta. No dia seguinte, durante a concentração para a sinuosa trilha da Hilda Furacão foi descoberto um vazamento de fluído no freio.

Mas lá foram eles, sem furar nenhum pneu e sem trocar amortecedor. Faltando 20 km para o fim da especial, o ponteiro da gasolina passou do vermelho e o resultado foi colocar ponto morto nas descidas. Chegando em Carolina, a surpresa: estavam em 6º lugar na classificação geral e 4º lugar na categoria.

Tudo estava dando certo até o carro apresentar um estranho superaquecimento no km 17 da Especial, saindo de Carolina. Foi o fim da prova, mas não o fim de um objetivo. Ano que vem Miyake e Fragoso estarão de volta.”

Este texto foi escrito por: Webventure

Last modified: setembro 1, 1999

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