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Parque Nacional de Aparados da Serra (SC/RS)

Redação Webventure/ Destino Aventura

Carro sobe a Serra do Faxinal (foto: Jurandir Lima/ Trilhas Trilhas)
Carro sobe a Serra do Faxinal (foto: Jurandir Lima/ Trilhas Trilhas)

por Jurandir Lima

Um cenário de tirar o fôlego, assim pode ser definido o Parque Nacional de Aparados da Serra que está localizado no nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, na divisa com Santa Catarina. Próximo dali, outro parque nacional, o da Serra Geral, também tem como atrações diversos vales e cânions profundos, a mais de 1.000 metros acima do nível do mar.

Juntos, constituem numa formação geológica atraente, resultante das rachaduras e erupções ocorridas há cerca de 150 milhões de anos.

O termo “APARADOS” caracteriza bem a configuração geográfica da região, onde o relevo suave ondulado do planalto, marcado pelas coxilhas, termina sem transição em precipícios de paredões quase verticais, como se tivessem sido aparados a fio de faca, em plena Serra Gaúcha.

Declarado como Parque Nacional em dezembro de 1.959, o Aparados da Serra teve sua área alterada para 10.250 hectares em março de 1.972, formando a sua configuração atual entre os municípios de Cambará do Sul (RS) e Praia Grande (SC). Possui como maiores atrações os Cânions do Itaimbezinho e do Arroio Faxinalzinho.

Além dos Campos Ondulados e das Matas de Araucária que constituem a paisagem básica do Parque, merece menção especial, pela sua magnitude, o Cânion do Itaimbezinho, cujo nome originou-se do tupi-guarani que significa ita = pedra + aimbé = afiada, cortante.

Apresenta uma extensão de aproximadamente 5,8 km com larguras que variam entre 600 e 2.000 metros, sendo que seu ponto mais profundo atinge 720 metros.

Os paredões verticais, cinzento-amarelados, resultado dos líquenes que os revestem, deixam sobressair em determinados pontos manchas escuras, eminências da rocha nua.

Nas encostas da serra, que são uma continuação natural do cânion, as escarpas possuem ângulos de inclinação mais suaves; recobertas por vegetação mais alta e espessa à medida que a altitude diminui.

Os tipos de vegetação características do parque são:

  • Campos limpos – ocorrem nas partes altas do planalto e têm sido descaracterizados pela ação humana, principalmente através das queimadas;

  • Bosques de Araucárias – formações florestais que ocorrem no planalto onde predominam a Araucária ou Pinheiro-brasileiro. Sua exploração, em épocas passadas, foi realizada irracionalmente e hoje a sua expansão pelos campos vem sendo ameaçada pelas queimadas;

  • Mata pluvial tropical de encosta atlântica – originalmente ocupava toda a encosta da Serra Geral e planície de Santa Catarina, estando hoje restrita às encostas mais íngremes, devido a sua intensa exploração pelo homem. É considerado um dos ecossistemas mais ameaçados do mundo. As espécies mais comuns são: a Maria-mole, a Canjerana e Aroeira.

  • Turfas – podem ser encontradas em baixios onde o local é permanentemente umedecido, porém aquelas que se formam nas elevações do terreno são as mais notáveis. A turfeira é o local onde se dão os processos de carbonização lenta dos depósitos de restos dos musgos e plantas superiores, conservando-os, ainda por longo período, sua estrutura anatômica. Na região, a turfa é formada essencialmente pelo musgo do gênero Sphagnum, o qual é típico de clima de elevada precipitação pluviométrica.

    Animais – As espécies existentes nesta região, que muitas vezes encontram os seus limites meridional de distribuição para o Sul do Brasil, é bem diversificada e condizente com as matas densas e os campos, incluindo entre os mamíferos: o Lobo-guará, O leão-baio ou Puma, a Paca, o Macaco-prego, o Veado-campeiro, além do Bugio e da Capivara. Entre as aves: o Gavião-pato, o Pedreiro, a Águia-cinzenta, o Urubu-rei, a Gralha-azul, a Maria- faceira, a Curicaca, a Perdiz e o Papagaio-do-peito-roxo.
    Já os répteis conta com: cobras (Cascavel e Urutu) e lagartos como o teiú.

    Clima – É temperado e apresenta estações do ano bem definidas com chuvas entre os meses de dezembro a março; e as geadas intensas entre os meses de junho a setembro, quando as temperaturas facilmente atingem 0ºC.

    Em janeiro, o mês mais quente nesta região, a temperatura varia entre 20 e 22ºC. Os nevoeiros são comuns em todas as estações e, em questão de minutos, a cerração pode cobrir toda a área, fenômeno conhecido como “Viração”. Possui um dos mais altos índices pluviométricos da Região Sul com precipitação média anual entre 1.500 e 2.250 mm.

    Confira as principais atrações para se visitar no parque:

  • Cascata das Andorinhas formada por um grande volume d’água que corre pelo Rio Perdiz e despenca pela escarpa do Cânion Itaimbezinho. Pode ser vista a partir da Trilha do Vértice ou do Mirante do Cotovelo.

  • Cascata do Véu de Noiva formada pelo Arroio Preá, está bela queda d’água situa-se próxima ao Mirante do Cotovelo e poderá ser vista a partir da Trilha do Vértice.

  • Trilha do Cotovelo mirante natural numa borda do Cânion Itaimbezinho. Permite uma boa visão de toda a parte alta do Parque e só poderá ser realizada com acompanhamento de guia credenciado.

  • Trilha do Rio do Boi localizada na parte baixa do Cânion Itaimbezinho, com uma extensão de aproximadamente 08 km, apresenta nível difícil para uma caminhada que dura, em média, 07 horas. Acompanha o leito do rio de mesmo nome e em vários trechos é necessário cruzá-lo com a água na altura do joelho.

  • Trilha do Vértice acompanha as bordas do Cânion Itaimbezinho e tem uma extensão de 1,4 km. Proporciona uma caminhada leve e fácil, sendo bem sinalizada até o local onde se pode avistar as Cascatas das Andorinhas e Véu de Noiva.

  • Cachoeiras do Venâncio formada pelo Rio Camisas, possui uma seqüência de quedas d’águas cristalinas que se transformam em cataratas, cercada pela exuberante mata ciliar, mata de araucárias e dos Campos de Cima da Serra. É um ótimo local para banhos relaxantes e está localizada no município de Jaquirana, a 23 km do centro de Cambará do Sul.

    Recomendações aos vsitantes:

    1.Consulte previamente a meteorologia e vá adequadamente vestido e equipado levando um agasalho para o frio, mesmo no verão;

    2.Devido à diferença de altitudes, a cidade de Cambará do Sul tem uma temperatura com aproximadamente 5ºC a menos que Praia Grande;

    3.No verão, o horário mais indicado para se ter boas paisagens é pela manhã, pois à tarde a massa de ar quente da parte baixa se encontra com o ar frio da parte alta dando origem às nuvens;

    4.Certifique-se de não penetrar em áreas de circulação proibida e avise seus familiares para onde vai e quando pretende voltar;

    5.Se você não tiver conhecimentos de montanhismo, não pratique descidas técnicas dos cânions sem acompanhamento de guias ou uso de equipamentos de segurança adequados;

    6.Nas trilhas ou nos cânions jamais deixe qualquer traço da sua passagem: não escreva nas pedras ou nas árvores, não quebre, não mate, não colete nada, não polua e sempre enterre os dejetos humanos;

    7.As trilhas só poderão ser percorridas com acompanhamento de guias cadastrados no Parque.

    8.Lembre-se: o Parque destina-se à preservação total do seu ambiente, portanto é importante recolher e trazer todo o seu lixo de volta.

    Como chegar – Existem duas alternativas de acesso ao parque. Saindo de Porto Alegre, pela RS-20 até Cambará do Sul, ou para quem vem do norte do país, pela BR-101, o acesso se dá por Praia Grande-SC, subindo pela Serra do Faxinal até a entrada do parque.

    Este texto foi escrito por: Jurandir Lima (arquivo)

    Last modified: fevereiro 10, 2005

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