Foto: Pixabay

Niclevicz volta ao K2 em maio; antes, vai à EMA

Redação Webventure/ Expedições, Montanhismo

O alpinista Waldemar Niclevicz já sabe quando voltará ao K2: “será daqui a 9 meses, só falta marcar o vôo”. Antes, ele participa da Expedição Mata Atlântica, a corrida de aventura pioneira no Brasil. Os planos foram revelados em entrevista exclusiva à Webventure.

“Comecei a treinar no último fim de semana para a Expedição Mata Atlântica e estou animado”, conta o paranaense, que vai participar da equipe Amazônia a Pé. “Pretendo me dedicar a isso nos próximos fins de semana, fazendo principalmente montanha na Serra do Mar, que é o local onde a expedição acontece.” Especialista em escalada, Niclevicz está tendo que relembrar algumas práticas antigas, como rafting, e pretende fazer até um curso de boiacross para a Mata Atlântica.

Estreante em corridas de aventura, ele não tem pretensão de ganhar. “O bom desse evento é que o importante não é vencer. Só chegar lá seria uma grande vitória.”

Façanha é o que Niclevicz busca no K2. Depois de desistir duas vezes, ele ainda sonha em ser o primeiro em dois anos a chegar ao cume da ‘montanha da morte’. “Quero voltar até maio do ano que vem por alguns motivos. Primeiro porque eu ainda estou vivendo o K2, está tudo recente, é mais fácil chamar a atenção dos patrocinadores”, explica. “Depois eu deixei 100kg de equipamentos no Paquistão. Tenho que voltar para buscar tudo.”

Trekking no K2

A maior novidade é que Niclevicz não retornará sozinho. Ele quer levar um grupo de brasileiros para fazer trekking de 7 a 8 dias até o acampamento base do K2. Qualquer um pode se inscrever desde que pague uma quantia que deve chegar a 7 mil reais por pessoa (mais informações no site www.sagarmatha.com.br).

A excursão vai ajudar o alpinista a viabilizar o Projeto K2 versão 2000, que pode ser encarecido desde já. Segundo o alpinista, a taxa de permissão para ficar no K2 aumentou de 9 mil, em 98, para 12 mil. A viagem deste ano custou R$ 384 mil no total.

Desta vez, Niclevicz vai direto para o K2, ao invés de escalar montanhas vizinhas. Em dois anos de projeto, ele escalou o Cho Oyo (8.201m), o Shisha Pangma (8.046) e o Gasherbrum (8.035m). Por apenas 500m, o Hidden Peak (8.068m) não engrossou a lista – Niclevicz desistiu por causa do mau tempo, mesma causa que o levou a deixar o K2.

“Só volto ao Hidden se um dia resolver fazer as 14 montanhas com mais de 8 mil metros”, avisa. “Não preciso mais escalar os vizinhos do K2. Fazia isso como um treino e hoje estou muito satisfeito com a experiência adquirida.”

O único companheiro de expedição já confirmado é o italiano Abele Blanc, que esteve ao lado de Niclevicz em 98 e 99. Neste ano, ele desistiu logo ao chegar ao K2. O brasileiro, fã assumido de Blanc, aproveita para desmentir a existência de qualquer desentendimento entre eles. “O Abele foi embora e isso me surpreendeu. Mas depois estivemos juntos na Itália e percebi que ele estava chocado por ter perdido alguns companheiros que estavam em outras expedições. Isso o abalou e seria assim com qualquer um.”

O gerente

Niclevicz pretende ser uma espécie de organizador da próxima temporada no K2. “Vou entrar em contato com os chefes de todas as expedições que forem para lá no ano que vem para acertar um data. Assim todo mundo chega e trabalha junto”, calcula.

Em meio a tantos planos, o brasileiro ainda quer arranjar tempo para participar de algumas etapas da expedição ‘Amazônia a Pé’, uma caminhada de dois anos pelo norte do país. “Logicamente não vou acompanhar tudo, mas estarei com o pessoal em alguns pontos estratégicos, como o Pico da Neblina.” Haja fôlego!

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira

Last modified: agosto 19, 1999

[fbcomments]
Redação Webventure
Redação Webventure