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Na Rota do Rally Paris-Dakar 2001: Treinar e Treinar

Redação Webventure/ Parceiros

Muitas pessoas nos perguntam o que é preciso fazer para iniciar neste esporte. Existem algumas dicas, que na verdade variam de caso a caso, como o tamanho de sua conta bancária, sua idade e condição física etc, etc, etc… Mas uma tarefa é comum para todos, aliás, para todos os esportes: treinar. Este ano nós conseguimos resolver um problema de treinos da Equipe Petrobras Lubrax. Nas duas primeiras participações no Dakar na categoria caminhões, o André só pôde pilotar o caminhão no período de quase uma semana, dois meses antes da largada do rali quando viajou para a República Tcheca, e depois só na competição.

Ter a oportunidade de treinar para o rali Paris-Dakar é fundamental. Este ano nosso investimento permitiu que houvesse o crescimento de estrutura para a categoria caminhões. O André está treinando com um caminhão 4X4 desde maio, quando participou do Rali da Canastra. Na seqüência veio o Rally Internacional dos Sertões e neste trimestre que antecede a prova estamos treinando por regiões no Brasil onde podemos encontrar um pouco das situações que vamos enfrentar no Saara.

Estas horas dentro do caminhão, forçando, conhecendo os limites e testando, nos assegura uma boa pilotagem em situações de corrida e gera uma tranqüilidade interior, diminuindo a ansiedade antes de uma prova tão dura como o Dakar. Nestas situações se adquire o “feeling” do veículo que trabalhará junto à nossa memória muscular e instintos. Durante a corrida muitas ações acontecem automaticamente, você nem pensa no que está fazendo e seus olhos se comunicam diretamente com os músculos.

Mesmo sendo um caminhão, este veículo também tem seus pontos fracos onde precisamos ter uma atenção redobrada. Nas pedras tivemos problemas com furo de pneus, que pode ser uma situação constante no Marrocos. Nesta situação, a atenção precisa ficar mais aguçada para evitar as pedras cortantes e escolher bem o caminho.

Nas dunas, ficamos atolados. Tirar um peso destes da areia não é fácil e exige muito tempo e paciência. Às vezes é preciso contornar as dunas e até descer do caminhão e andar para ver onde se pode passar com mais facilidade. Cinco minutos que você perde antes, analisando o terreno, podem evitar horas de trabalho duro.

E todo este treinamento vai dando um credenciamento à nossa equipe de chegar ao Dakar 2001 e voltar com bons resultados para o Brasil. Como qualquer campeão pode confirmar, temos de treinar, e, quando chega a competição, gostaríamos de ter treinado ainda mais. Precisamos viver o aperfeiçoamento contínuo. Quem já chegou ao topo, precisa treinar para continuar lá em cima. Se você não fizer isto, em vez de usar a pá para desatolar o caminhão, é melhor começar a cavar seu próprio buraco.

André Azevedo, 41, e Klever Kolberg, 38, são pilotos da Equipe Petrobras Lubrax e participam do rali Paris-Dakar há 13 anos.

Este texto foi escrito por: André Azevedo e Klever Kolberg, da Equipe Petrobras Lubrax

Last modified: dezembro 10, 2000

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