Duas motos Honda Falcon Rally, um Mitsubishi Pajero Full e dois caminhões Tatra. Esta é a maior estrutura que a Equipe Petrobras Lubrax já teve no Dakar. Dentro desta estrutura temos 10 participantes, às vezes nos proporcionando em alguns momentos dez opiniões diferentes. Quando todos estes pontos de vista estão de acordo, podemos dizer que temos certeza de alguma coisa.
Como o rali começou realmente no Marrocos, as pedras locais marcaram sua presença. Foram muitas, provocando um desgaste tão grande nos veículos e nos sacudindo lá dentro como se estivéssemos dentro de um copo para preparar uma batida. Logo, todos nós queríamos chegar às dunas, para andar no liso. Ainda no Marrocos, tivemos a oportunidade de andar num pequeno pedaço de dunas, apenas quatro quilômetros, festejado por todos.
Finalmente chegamos à Mauritânia, reinado das dunas e da areia fofa. Com as dunas, os competidores começaram a atolar, as quebras mecânicas devido ao esforço que a areia fofa exige… A ausência de vida, o calor cada vez maior. Logo a fome pelas dunas foi sendo satisfeita, mas havia muita areia pela frente.
E um ano de preparação nos fez esquecer que nem sempre as dunas são lisas, bonitas, criadas pelo arquiteto chamado vento. Elas também têm muitas ondulações. E o pior, a erva de camelo, um pequeno arbusto que ajuda a formar milhares e milhares de montes de areia, pequenos e grandes, mas duros como concreto, que nos jogam para cima, quebram suspensões e nos fazem ter saudades das malditas (malditas!!!) pedras.
Então, um ponto de vista que os 10 personagens da Equipe Petrobras Lubrax têm em comum não é uma certeza, e sim uma dúvida. O que é pior: as pedras ou a areia?
André Azevedo, 41, e Klever Kolberg, 38, são pilotos da Equipe Petrobras Lubrax e participam do rali Paris-Dakar há 13 anos.
Este texto foi escrito por: André Azevedo e Klever Kolberg, da Equipe Petrobras Lubrax
Last modified: janeiro 7, 2001
