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Na Rota do Rally Paris-Dakar 2001: Parada Estratégica

Redação Webventure/ Parceiros

Uma missão bastante difícil é explicar para uma pessoa o que é participar de um rali Paris-Dakar sem ela estar por aqui vivendo cada momento. Para começar, é uma corrida, mas que acontece dentro de uma grande aventura. Então já na largada, além do tradicional ronco dos motores e contagem regressiva, você pode deparar com um ou mais competidores indo ao banheiro, seja por uma necessidade urgente ou para escovar os dentes, lembrando que o banheiro aqui é gigantesco e tem vista panorâmica.

É um rali de velocidade, mas por vezes o mais rápido não chega na frente, já que quanto mais rápido se anda, menos tempo temos para tomar uma decisão que pode nos levar ao caminho errado.

Não estamos num circuito fechado, cercado por médicos, bombeiros e uma equipe de mecânicos nos esperando nos boxes. Somos nós que temos de decidir a estratégia das paradas, o famoso pit-stop. Onde? Quando? Normalmente numa grande mudança de terreno, numa transição de pedras para areia fofa ou dunas, quando temos de diminuir a pressão dos pneus. Alguns carros já têm um sistema interno de controle desta calibragem, não precisando perder tempo com uma parada. Não é o caso de meu Mitsubishi Pajero Full.

Mas a experiência e o resultado até aqui confirmam que vale a pena perder estes três ou quatro minutinhos. Afinal, um furo num dos pneus pode significar muito mais e uma atolada pode levar horas para ser resolvida. E aí, ao menos uma vantagem do deserto: sempre paramos, estrategicamente, ao lado da porta do banheiro.

André Azevedo, 41, e Klever Kolberg, 38, são pilotos da Equipe Petrobras Lubrax e participam do rali Paris-Dakar há 13 anos.

Este texto foi escrito por: André Azevedo e Klever Kolberg, da Equipe Petrobras Lubrax

Last modified: janeiro 8, 2001

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