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Na Rota do Rally Paris-Dakar 2001: O Homem ou a Máquina?

Redação Webventure/ Parceiros

As corridas começaram muito antes da Equipe Petrobras Lubrax aparecer nessas bandas. Desde crianças (isso já faz mais de 30 anos!), quando passamos a acompanhar as provas com maior entusiasmo, já tínhamos uma dúvida cruel sobre o que é mais importante: o homem ou a máquina. Essa questão é tão antiga como o impasse do “o ovo ou a galinha?”.

No rali Paris-Dakar o assunto não é diferente, seja qual for a categoria, moto, carro ou caminhão. Sempre houve quem levasse vantagem por estar com o melhor equipamento. Como também as afirmações do tipo “se fulano estivesse com tal carro ou tal moto, ele tiraria de letra”. Mas no Dakar existe um terceiro componente que faz a diferença nesta história: a equipe.

Ao contrário das outras provas, no Dakar a equipe de apoio estará competindo. Na próxima edição muitos mecânicos vão correr em carros ou em caminhões. Num grande número de etapas, os grandalhões de apoio enfrentarão o mesmo percurso e as mesmas dificuldades que nós teremos para ultrapassar. Ou seja, eles podem atolar, quebrar, se perder, sofrer acidentes etc. E o que é pior: ao chegarem exaustos ao acampamento, ainda vãoencontrar muitas horas de trabalho na manutenção e revisão dos veículos de competição. Eles têm de cumprir dois papéis em 24 horas, o de piloto e o de técnico.

Já dá para imaginar o quanto é importante manter o moral alto deste pessoal? É nessa hora que nós, pilotos, temos de ser ativos para motivar quem está trabalhando nos bastidores e quase nunca é reconhecido. Uma de nossas técnicas é conhecer bem cada um, para saber onde assoprar e tentar tirá-los de seu mundo restrito de ferramentas, graxa e parafusos. Pedimos opiniões sobre os mapas, sobre o futuro. No começo causa certa confusão, mas no fundo eles se sentem importantes e se entusiasmam com uma participação mais ampla.

Também não podemos esquecer das comemorações. Seja qual for o momento, quando nos encontramos, o espírito tem de ser de confraternização, de apoio e ajuda. Nada melhor que o bom humor na hora de enfrentar as dificuldades. E o mais importante: saber usar muito a palavra mágica “obrigado” antes, durante e depois do rali, já que quando o troféu é levantado, a única pergunta que ficará é se a vitória foi devido ao “piloto ou à máquina”.

André Azevedo, 41, e Klever Kolberg, 38, são pilotos da Equipe Petrobras Lubrax e participam do rali Paris-Dakar há 13 anos.

Este texto foi escrito por: André Azevedo e Klever Kolberg, da Equipe Petrobras Lubrax

Last modified: dezembro 3, 2000

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