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Ilhas Oceânicas: megulhadores redescobrem o Brasil

Redação Webventure/ Outros

Um grupo de cinco pessoas vai passar algumas semanas fazendo o que qualquer um gostaria: mergulhando nos pontos mais paradisíacos do país. Mas eles não buscam diversão. O projeto ‘Ilhas Oceânicas do Brasil’, com apoio da Webventure, tem como objetivos mergulhar em pontos e profundidades inéditas, divulgar imagens dos locais pouco conhecidos e documentar a diversidade da vida dentro do Atlântico.

A equipe – com pelo menos sete anos de experiência em mergulho e esbanjando bom-humor nos apelidos – é formada por Ricardo Stangorlini (Galego), Osmar José Luiz Jr (Minduim), Antônio César Catapreta (Sey Lá), Leandro Queiroz (Chambinho) e Rogério Araújo (Rolha). A primeira etapa começa hoje e passa por três regiões: Fernando de Noronha, Atol das Rocas e Penedos de São Pedro e São Paulo. Embarcados num veleiro de aço, pilotado por um alemão, os mergulhadores vão explorar naufrágios e descer a 300m.

O melhor naufrágio – “Em Noronha, faremos um mergulho técnico e bastante interessante, abaixo de 60m, em que vamos explorar o corveto Ipiranga”, explica Ricardo. Tido como o naufrágio mais conservado do mundo, o barco ainda está equilibrado na areia. “Dizem que as roupas permanecem nos cabides, o telefone no ganho e a seringa, na maca. Vamos conferir.”

Os misteriosos Penedos são o próximo passo. “A área é extremamente inexplorada. Fomos pesquisar sobre isso na USP e tudo o que encontramos foram sete minutos de vídeo do Globo Repórter, que acompanhou três pesquisadores da Marinha”, conta Ricardo. Outra expectativa do grupo é documentar um peixe raríssimo, de nome quase feio: holacanthus ciliares inbreeding. “É um cruzamento entre duas espécies, uma nordestina e outra caribenha”.

Apesar de encantadora, a região oferece muitos perigos. “O primeiro é a gente se perder em alto mar, já que a corrente marítima joga para longe. Depois, como faremos um mergulho profundo, vamos passar pelo menos uma hora descomprimindo e podemos ser levados pela maré para longe do barco. Pra terminar, não podemos esquecer dos tubarões porque num lugar onde quase não há mergulhadores eles ficam curiosos”, diz Ricardo, com muita calma.

Redescobrimento – A equipe ainda aguarda a autorização do Ibama para mergulhar no Atol das Rocas. Mas a paisagem repetida pelos programas de TV não é o que mais interessa a eles. “Todo mundo só mostra a ilha de corais. Mas ao redor dela existe uma planície submarina de 115km, com profundidade média de 15 a 25m”, revela o líder da expedição. “No leito do oceano há um paredão que pode ter até 300m de profundidade e ninguém tem idéia de como seja lá. Este é o nosso objetivo.”

Para saber da existência desses pontos inéditos de mergulho, o grupo pesquisou e se apoia em cartas náuticas. No barco, equipamentos de ponta. Ao todo, foram gastos cerca de R$ 40 mil. “Vale muito a pena, teremos um material riquíssimo na volta. Estou com dor de barriga de tanta ansiedade”, encerra Ricardo. Saiba mais sobre a expedição no site oficial, www.webventure.com.br/ilhasbrasileiras.

A expedição Ilhas Oceânicas Brasileiras tem o apoio de Webventure, Dresser, Piramidal, Águas Claras, Scafo Open, Scubalab, Air Lung, IANTD, Yatchsman, ESPN e TV Cultura.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira

Last modified: novembro 11, 1999

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