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Distância aumenta entre equipes da ponta e atletas se perdem no trekking

Redação Webventure/ Corrida de aventura

Equipes chegaram com o por-do-sol (foto: Pedro Sibahi)
Equipes chegaram com o por-do-sol (foto: Pedro Sibahi)

Eram seis da tarde e há mais de três horas nenhuma equipe passava pelo nono ponto de controle. Às 14h30, os espanhóis da Vidaraid, junto com Bárbara Bomfim, haviam feito a transição de trekking para mountain bike, e depois nenhum outro time deu as caras. Até mesmo Shubi Guimarães, organizadora da prova, estava um pouco apreensiva com os desafios do Ecomotion/Pro 2012.

Ela fala que montou o percurso com aquilo que gostaria de fazer, e não colocou nada que achasse ruim. ”Tive dúvidas se o pessoal estaria preparado para as corredeiras do primeiro dia, mas eu adoro canoagem e esse rio vai acabar por causa de três PCHs [pequenas centrais hidrelétricas]”.

“Eu nunca colocaria um trekking de estradão, mas achei que o pessoal fosse levar a orientação mais de boa”, completou a nova dona do Ecomotion.

A descida no Rio das Brancas, que derrubou muitos corredores e eliminou a equipe Cavalera/GoOutside, também foi responsável pelo afastamento do time Cosa Nostra, porque um atleta teve um costela trincada.

Os trekkings da prova também se mostraram muito desafiantes na orientação. Na tarde de segunda (14), a equipe Quatro por quatro pediu resgate no trecho a pé após a descida do rio, e as equipes mais adiantadas tiveram grande dificuldade para ultrapassar o trecho entre os quilômetros 114 e 156 do percurso.

Apenas as 18h07 (3h30 depois da Vidaraid) chegou no PC9 a equipe Unimed Rio Terra de Gigantes, que mantém o segundo lugar. “Descer o rio foi divertido e apavorante”, disse o corredor André Medeiros. “Também foi chato porque o barco quebrou e precisava tirar água o tempo todo, senão ele afundava”.

Apesar do perrengue nas corredeiras, André disse que achar o PC 8 no meio do trekking foi o mais difícil. “Tinha muitas trilhas para escolher, mas a destreza de nossos navegadores fez toda a diferença”.

Dois minutos depois da Terra de Gigantes apareceu a equipe Green’s Brasília Multisport. ”Ficamos sem comida e sem água, nos perdemos na trilha, gastamos 17 horas no trekking”, contou a corredora Camila Nicolau. A equipe decidiu que naquele ponto dormiria apenas uma hora, porque depois teria mais 5 horas de pedal e em seguida 2 horas de sono obrigatório.

Perrengue de aniversário Nesta segunda-feira, a corredora Nora Audrá, companheira de Shubi da época da Atenah, fez aniversário e comemorou de uma forma inusitada. Ela está ajudando a amiga na prova, e na véspera as duas subiram o topo do Cânion Paratinga para colocar a marcação do PC8.

O helicóptero que iria fazer o serviço não pode ir por causa do mau tempo, então as duas partiram a pé. “Saímos umas seis da tarde e voltamos só as cinco da manhã”, contou Shubi. “Na volta a gente ainda viu uma onça no meio do mato!”, completou.

Questionada sobre como foi aproveitar as primeiras horas de aniversário nesse perrengue, Nora mostrou que gosta mesmo de uma aventura. “É ótimo pode passar o dia com essa família que tenho desde 1998”.

Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi, direto de Alto Paraíso (GO)

Last modified: maio 15, 2012

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