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Cruzeiro: o prazer da viagem a vela

Redação Webventure/ Vela

Belas paisagens que só podem ser vistas do mar (foto: André Homem de Mello/ Divulgação)
Belas paisagens que só podem ser vistas do mar (foto: André Homem de Mello/ Divulgação)

Velejar pelo simples prazer da viagem e do contato com o mar. É isso que buscam os adeptos à modalidade cruzeiro na navegação. Os praticantes formam uma comunidade mundial que tem a oportunidade de conhecer o mundo todo em uma verdadeira casa flutuante.

No Brasil, o perfil dos participantes é geralmente um casal de idade, que resolve passar a vida viajando. É um tipo comum de se encontrar pelos mares do mundo. Também por isso, essa modalidade perde um pouco o terreno para as regatas, mais difundidas entre os jovens.

Mas isso não é regra, em setembro de 2001, André Homem de Mello, de 40 anos, começou um feito inédito no Brasil. Largou sozinho de Ilhabela (SP) em uma viagem de volta ao mundo sem escalas. A travessia foi completa em março 2002, depois de passar pelo Cabo da Boa esperança, na África do Sul, pela Austrália, contornar o Cabo Horn, na América do Sul e retornar para o Brasil.

Expert no assunto – Para realizar a viagem pioneira, André passou seis anos se preparando. “É preciso pegar experiência aos poucos, chegar à classe de Capitão Amador, viajar pela costa do país, depois fazer pequenas travessias e só então partir para auto mar”, explica André. Para a viagem pela costa, ele dá uma dica. “A faixa entre Cabo Frio (RJ) e Florianópolis (SC) é talvez a mais bela do Brasil, além de ter várias baias abrigadas”, conta.

Um bom planejamento é fundamental para qualquer tipo de viagem, principalmente as de longa distância. “Ao longo da costa brasileira tem mais estrutura. Para uma viagem mais longa até a Europa, por exemplo, é preciso um barco bem resistente, que agüente maus tempos”, alerta Mello.

“Existem pessoas dando a volta ao mundo com barcos de 25, até 40 pés”, diz André Homem de Mello, que usou um de 35 pés na travessia. Para passar muito tempo a bordo, a embarcação precisa ter uma maior capacidade para armazenar equipamentos como o bote salva-vidas , além de combustível e água. Uma verdadeira casa navegante.

As acomodações para o pernoite e na cozinha têm que ser maiores, mais úteis e confortáveis. “Aqui no Brasil não existe um mercado muito grande de barcos de cruzeiro”, diz melo, “eles são feitos sob encomenda em sua grande maioria”.

Existem vários guias que traçam rotas praticamente no mundo todo, escritos por viajantes que já passaram pelos locais em questão. Grande parte deles são altamente confiáveis, com detalhes na rota como portos, postos de abastecimento, cidades-dormitório etc. Mello antes de dar a volta ao mundo já tinha realizado uma viagem pela costa brasileira e a travessia do Atlântico até Portugal, em comemoração aos 500 anos de descobrimento do Brasil.

“O que mais me marcou dessas viagens foi o companheirismo dos viajantes que encontrei pelo caminho. É uma verdadeira comunidade de velejadores que está sempre disposta a ajudar. Houve casos em que chamei pelo rádio precisando de alguma peça e logo se aproximou um veleiro de quem eu nem conhecia para me ajudar”, lembra o velejador.

Este texto foi escrito por: Webventure

Last modified: abril 6, 2005

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