O governo australiano anunciou que vai proibir a pesca e a navegação em quase um terço da Grande Barreira de Corais, o maior organismo vivo do mundo, que ocupa mais de 345 mil km2 em Queensland, na costa nordeste da Austrália.
“A Grande Barreira de Corais é o maior patrimônio mundial e este novo sistema vai estabelecer algumas normas de proteção dos recifes”, disse o ministro do Meio Ambiente, David Kemp, na rádio pública australiana. O objetivo do governo é equilibrar-se entre o papel de protetor deste tesouro natural e os compromissos assumidos com a indústria da pesca e do turismo.
Segundo ele, as medidas vão criar zonas de alta proteção apelidadas de “zonas verdes”, que cobrirão até 30% da área ao redor da formação.
Ameaça – A Grande Barreira é composta por cerca de 2.900 espécies de coral, 900 ilhas e 1.500 espécies de peixes e é o local de maior atração turística na Austrália. Está ameaçada por sedimentos e detritos químicos vindos de cidades da costa e fazendas.
O excesso de nutrientes mata os micro-organismos que criam novos corais e serve de alimento para estrelas-do-mar espinhosas que comem o coral e já destruíram grandes áreas do recife. Além disso, a formação sofre também com as altas temperaturas que têm sido registradas, que causam o branqueamento dos corais, um problema difícil de contornar.
Repercussão – Para o Green, partido da oposição, as medidas devem ser apoiadas em ações sobre a poluição e o aquecimento global. Segundo o líder do partido, Bob Brown, o braqueamento dos corais terá atingido metade da Grande Barreira no ano de 2.030. Ele critica o fato de o governo australiano não ter até agora aprovado o Protocolo de Kyoto.
Já a indústria de pesca recebeu a notícia do plano com alarme, pois acredita que a medida prejudicaria as empresas de pesca e as pequenas comunidades, já que “mais gente disputaria menos peixe”, conforme declarou a Associação das Indústrias de Frutos do Mar de Queesland.
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: junho 2, 2003
