Foto: Pixabay

Pegadinha na orientação prejudicou equipes de ponta

Redação Webventure/ Corrida de aventura

28/04 - Integrante da equipe Cara Limpa saindo do túnel (PC 6); trecho seguinte foi de pegadinha na orientação. (foto: Roger Grinblat)
28/04 – Integrante da equipe Cara Limpa saindo do túnel (PC 6); trecho seguinte foi de pegadinha na orientação. (foto: Roger Grinblat)

Fora a Coolmax (01), que por enquanto lidera a terceira etapa do Reebok Ecomotion Circuit, que acontece neste fim de semana no Parque Nacional do Maciço de Itatiaia, com cobertura on line do Webventure, algumas equipes de ponta caíram em uma “pegadinha” de orientação e perderam posições importantes.

Depois do PC6 (Posto de Controle), na saída do túnel subterrâneo, cada time dividiu-se para duas atividades. Parte seguiu de mountain bike e depois trekking, enquanto a outro dirigiu-se para um rapel na represa de Furnas e, em seguida, para a canoagem em duckes (canoa inflável). Foi exatamente no trecho para o rapel que muitas equipes entraram em uma trilha errada, antes da correta.

“A trilha que dava o acesso estava muito próxima, a 600 metros do PC, mas tinha outra a 400. Nunca fui na dos outros mas eu vi cinco equipes subindo e nem conferi o mapa. Foi a primeira vez que fiz isso e me dei mal”, comentou Luis Ishibe Makoto, capitão da Guiça (02), ao chegar ao PC 9.

Assim como a Guiça, os times Argentina Peugeot (10), Lontra Radical e By Supplex também tiveram sus desempenhos prejudicados. “A prova começa a se definir daqui para frente. Mas a Coolmax abriu uma vantagem confortável. Psicologicamente, eles estão em uma posição muito boa, enquanto nós estamos correndo atrás do prejuízo”, esclareceu Makoto.

A Rosa do Ventos (31), porém, não errou na navegação e pulou do sexto, quando deixaram o PC 6, para o segundo lugar. “Uma orientação sem erros. Quem não cometer erros vencerá a prova”, explicou o capitão Erich Krauberg.

Mais uma vez, ficou provado que a excelência no vigor físico e na habilidade técnica são dispensáveis em uma corrida de aventura quando não se navega corretamente. Tudo vai por água abaixo. Do PC 9, as equipes partiram para a parte alta da prova. Amanhã, irão subir o maciço Prateleiras, local do segundo rapel (70 m), atingindo a maior altitude da corrida (2.542 m). E a orientação será fundamental novamente.

Uma corrida de aventura é um rali humano. Uma prova de velocidade, muitas são non-stop, em que equipes, com três ou quatro integrantes, devem utilizar habilidades físicas para cumprir etapas de trekking, mountain bike, técnicas verticais (rapel, ascensão e tirolesa), cavalgada, nado, caiaque, canoagem, vela e rafting, além de terem conhecimentos em orientação.

É uma mistura de expedição e competição. Aos olhos dos competidores, é um teste de resistência física e psicológica. Aos olhos dos espectadores, é pura loucura.

O conceito foi criado pelo jornalista francês e amante da natureza, Gerárd Fusil. Em 1989, na Nova Zelândia, ele montou a precursora Raid Gauloises, dando início a um universo que hoje sustenta atletas profissionais e organizadores.

Já existe um Circuito Mundial de Corridas de Aventuras (AR World Series), formado por sete provas, todas classificatórias para Discovery Channel World Championship Adventure Race. Mas, na atualidade, a maior corrida do mundo é o Eco-Chellenge, do expedicionário Mark Burnett. A quinta edição (2000) aconteceu em Bornéo, na Indonésia.

Em razão do quinto centenário de descobrimento, o Brasil já foi sede de um corrida internacional. Em abril de 2000, Elf-Authentique Aventure, idealizada por Gerárd, cruzou os estados do Maranhão, Piauí e Ceará, em mais de 850 km de percurso. A prova passou por lugares exuberantes, como os Lençóis Maranhenses.

No rastro – O Brasil teve sua primeira corrida de aventura em 1998 com a Expedição Mata Atlântica, hoje pertence ao circuito mundial como a única etapa sul-americana. Nos últimos dois anos, quando fora formado o Circuito Brasileiro de Corridas de Aventura, houve um boom neste tipo de competição. Cada vez mais, adeptos competem em provas espalhadas por todo o país.

A EMA Expedição Mata Atlântica continua sendo a mais importante, com um percurso em torno de 450 km. Porém, há outras no rastro, como o PETAR (2000 e 2001), Raid Brotas Extreme, Litoral 2000, Reebok Ecomotion Circuit (Serra da Bocaina, Paraty e Itatiaia), Rio Eco 2000, que contou com a participação de equipes estrangeiras, Desafio Costa do Sol (Paraíba), entre outras.

Este texto foi escrito por: André Pascowitch

Last modified: abril 28, 2001

[fbcomments]
Redação Webventure
Redação Webventure