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Parque Nacional do Itatiaia completa 70 anos

Cume das Agulhas Negras (foto: Gustavo Mansur)
Cume das Agulhas Negras (foto: Gustavo Mansur)

O primeiro e mais antigo Parque Nacional do país, completa hoje 70 anos de existência. Fundado em 14 de junho de 1937, o Parque Nacional do Itatiaia está localizado na divisa dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com uma área de 30.000 alqueires.

É também um dos lugares do país que reúne ótimos lugares para escalada em rocha, além de florestas úmidas com diversas cachoeiras. O Parque abrange os municípios de Itatiaia (RJ), Itamonte (MG), Alagoa (MG) e Bocaina de Minas (MG).

O local passa hoje por uma série de reestruturações. Walter Behr, que há dois anos está a frente do PNI, explica as mudanças: “o parque estava precisando de uma revitalização. O que se está inaugurando agora é uma primeira etapa das obras de estruturas administrativas, de uso público, centro de visitantes e centro de exposições para que o Parque possa se preparar para ter uma visitação com mais qualidade.”

Os rios que cortam o Parque são, em sua maioria, pertencentes à bacia do Rio Paraíba do Sul. Já os rios Baependi, Aiuruoca e Grande, que nascem dentro do Itatiaia, pertencem à bacia do Rio Paraná.

Divisão – Basicamente o Parque é dividido em duas partes: a alta, onde predominam as montanhas, e a baixa, com lindas cachoeiras. A temperatura média anual é entre 15ºC e 27ºC. Porém, no inverno as temperaturas chegam a cair para menos de zero grau. Para a parte alta, a melhor época para visitação é entre os meses de abril a setembro, por causa do clima seco. Na parte baixa, não existe estação seca.

Uma das atrações é o Mirante Último Adeus, apenas um quilômetro da entrada do parque, de onde é possível observar a Hidrelétrica de Furnas e as cidades vizinhas.

Para os montanhistas, as atrações principais são o Pico das Agulhas Negras e as Prateleiras, além de mais de 200 vias de escalada. As Agulhas Negras são o ponto mais alto do Parque, com 2.787m. Para alcançar o cume são necessárias de três a quatro horas de caminhada entre arbustos e rochas.

Já as Prateleiras são um pouco mais baixas, com 2.540m. Contém diversas vias de escalada e rotas para escalaminhadas. Poucos metros antes do cume, existe uma passagem chamada Pulo do Gato, devido à uma grande fenda. Os mais preparados pulam a fenda, mas também é possível passar por esse obstáculo com a ajuda de cordas. Em aproximadamente duas horas consegue-se alcançar o topo,mas é imprescindível um bom conhecimento da rota. Caso não tenha, a contratação de um guia experiente é aconselhável.

“Queremos ser uma das referências de unidade de conservação para que outras unidades possam aproveitar um pouco desse processo”, comenta Behr.

Informações técnicas

  • Latitudes 22º19′ e 22º45′ S
  • Longitudes 44º45′ e 44º50′ W.Gr.
  • Altitudes entre 700 e 2787
  • Ponto culminante: Agulhas Negras (2787m)
  • Temperatura média anual: entre 15ºC e 27ºC

    Distâncias das capitais

  • São Paulo (SP): 250 km
  • Rio de Janeiro (RJ): 155 km
  • Belo Horizonte (MG): 450 km
  • Brasília (DF): 1277 km
  • Salvador (BA): 1881 km
  • Porto Alegre (RS): 1416 km

    Preços

  • Parte Baixa: R$ 3,00/ pessoa; R$ 5,00/ automóvel; R$ 10,00/ ônibus
  • Parte Alta: R$ 12,00/ pessoa

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  • Vídeo de escalada nas Prateleiras

    “Praticamente 100% dos visitantes são montanhistas”, afirma Daniel Toffoli, Coordenador de Uso Público do Planalto – PNI. A época que mais recebe visitantes é na temporada de montanhismo, de maio a setembro, onde o clima é seco.

    Só no último feriado, Corpus Christi, o parque recebeu uma média de 300 visitantes por dia na parte alta, sendo 100 só no Pico das Agulhas Negras. A capacidade é controlada para preservas as áreas do parque.

    As Prateleiras, por exemplo, tem a capacidade diária limitada e “tudo depende da hora que o visitante chegar. Temos duas capacidades, uma para a base e outra para o cume”, afirma Toffoli.

    Trabalho – No início deste ano, foi feito um levantamento do estado das vias, verificando os grampos podres ou mesmo ausência de grampos. “Em fevereiro, fizemos um grupo de trabalho específico para escalada, onde conseguimos chegar a um documento que são as regras gerais da escalada”, comenta Daniel.

    Outras ações também foram realizadas: “limitamos em 10 veículos a entrada para o Abrigo Rebouças, com entrada até às 9h da manhã. Além disso, ele tem que contatar o Parque e agendar sua entrada”, afirma Toffoli.

    O Abrigo Rebouças foi reformado recentemente e teve sua capacidade aumentada para receber os montanhistas.

    Apesar de ter uma cadeia de montanhas de fazer babar qualquer montanhistas, muitas dessas vias são proibidas para os visitantes e permanecem fechadas.

    “Itatiaia é uma grande frustração dos montanhistas. É o lugar que tem diversas travessias muito legais e não podemos fazer. Todos quando lembram de Itatiaia tem uma mágoa, uma frustração”, afirma Silvério Nery, ex-presidente da Federação Paulista de Montanhismo (Femesp).

    A direção do Parque está trabalhando em cima da recuperação das trilhas e abertura de algumas travessias. “Estamos trabalhando junto com as Federações e os Clubes para a abertura das travessias”, afirma Daniel Toffoli, Coordenador de Uso Público do Planalto – PNI.

    As trilhas que hoje podem ser visitadas são: Agulhas Negras, Prateleiras (Maçã e Tartaruga), Pedra do Altar, Cachoeira do Airuoca, Asa de Hermes e Morro do Couto. “Estamos lá trabalhando, tanto a Federação do Rio quanto a de São Paulo, participando das câmaras técnicas e do conselho construtivo. Já são alguns anos de trabalho com frutos mínimos. Mesmo assim continuamos lá”, explica Silvério.

    Na Via Aiuruoca, que está fechada há muitos anos, Daniel explica: “nossa idéia é reabrir aos poucos, com sinalização e infra-estrutura. Estamos querendo voltar essas travessias, pois foram tradicionais no passado e é bom para o público que terá mais opções”.

    Promessa de mudança – Segundo o coordenador, o Parque está em busca de patrocínios para a reabertura de trilhas. “Queremos fazer a reforma de várias trilhas na parte alta, entre elas a Agulhas, Prateleiras, Altar e Morro do Couto. Essas trilhas já têm alguns projetos e estamos indo atrás de patrocinadores. É difícil conseguir dinheiro do Governo ou mesmo do Estado, já que é um serviço muito caro”, comenta Daniel. Segundo ele, as reformas podem chegar a R$ 60 mil, já que envolve a construção de passarelas, degraus de pedras, etc.

    Silvério e a comunidade de montanhistas não se conformam que as trilhas ainda não estão disponíveis. “Os lugares são maravilhosos e mereciam um tratamento adequado. Nós já apresentamos diversas propostas para a diretoria do Parque, várias alternativas, de como fazer isso, além de nos colocarmos à disposição voluntariamente. Mas o ritmo é extremamente lento”, comenta.

    “Hoje estamos em conversa com os patrocinadores para a reabertura de algumas trilhas. Mas na data do aniversário ainda não teremos nada definido. Nós temos proposta de abertura de trilhas quando atualizarmos o plano de manejo, que é como uma bíblia para qualquer parque”, afirma Toffoli. Apesar disso, o coordenador não vê grandes dificuldades. “No caso das trilhas, há facilidade de parcerias, pois a visibilidade que uma sinalização ou uma reforma dão para o patrocinador são grandes. Estamos quase fechando parcerias para isso. Não está totalmente fechado pois não queremos fechar uma trilha individualmente. Estamos tentando fechar um conjunto de trilhas”, explica.

    Em setembro do ano passado, a direção do Parque autorizou os organizadores do Ecomotion/Pro, maior corrida de aventura do país, a passar por trilhas fechadas, revoltando os montanhistas. Confira a matéria publicada na época, com exclusividade, pelo Webventure.

    “A promessa é que depois da prova essas travessias seriam abertas. E nada disso aconteceu. Já faz mais de seis meses e a situação continua exatamente a mesma”, comenta Silvério. “Quando foi a corrida de aventura, tudo ocorreu muito rápido. Mas cada um que faça seu próprio julgamento”, complementa.

    A programação do dia 14 de junho conta com diversas atrações, na Varanda do Abrigo Rebouças, com o cenário do Pico das Agulhas Negras.

  • 7h50 – O Posto 3 do PLANALTO ganhará o nome Posto Marco Antônio Moura Botelho Marcão (1952-2007).
  • 8h – Café da manhã no Posto Marco Antônio Moura Botelho
  • 8h30 – Caminhada Ecológica até o Abrigo Rebouças
  • 9h30 – Palestra com Luciano Moreira Lima, sobre as Aves do Parque Nacional do Itatiaia.
  • 10h – Palestra de Pilar Guido de Castro sobre “Atividade horária, anual e reprodutiva de Melanophryniscus moreirae (Miranda Ribeiro 1920) (Anura: Bufonidae) no Planalto do Itatiaia.
  • 10h30 – Palestra de Kátia Torres Ribeiro sobre “Estrutura, Dinâmica e Biogeografia das Ilhas de Vegetação Rupícola do Planalto do Itatiaia.”
  • 11h – Palestra do Ricardo Iglesias “A Natureza é Macunaímica”.
  • 11h30 – Palestra do Marcos Sá Corrêa “Itatiaia. O Caminho das Pedras.”
  • 12h – Homenagem aos funcionários ativos do PNI.
  • 12h10 – Show de Bernard Fines e seu Trio – com músicas de Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Noel Rosa…
  • 15h – Encontro sobre Iniciativas Locais / Municipais Latino -Americanas em Ecossistemas de Montanhas – Hotel São Gotardo.

    Dia 28 de junho

  • 14h – Inauguração da revitalização das instalações do Centro de Visitantes Prof. Wanderbilt Duarte de Barros, com a presença da Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

    Este texto foi escrito por: Thiago Padovanni

    Last modified: junho 14, 2007

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    Redação Webventure
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