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Núcleo Santa Virgínia, em São Luiz do Paraitinga, volta a receber os amantes do rafting

Redação Webventure/ Rafting e canoagem

São Luís do Paraitinga (SP) recebe inúmeros turistas ao longo do ano (foto: Camila Christianini/ www.webventure.com.br)
São Luís do Paraitinga (SP) recebe inúmeros turistas ao longo do ano (foto: Camila Christianini/ www.webventure.com.br)

Quem já desceu as corredeiras do Rio Paraibuna no trecho dentro do Núcleo Santa Virgínia, em São Luiz do Paraitinga (SP), garante: é uma experiência única. Para quem nunca teve a oportunidade, agora é a chance!

Uma expedição de seis horas garante adrenalina dentro deste Patrimônio Histórico da Humanidade. Depois de um estudo de capacidade de carga, foi definido que as operações no Núcleo Santa Virgínia podem ocorrer somente a cada 15 dias com apenas 25 rafteiros, em cada um dos dias do final de semana pré-determinado e autorizado.

As empresas que operam nesse trecho passaram por um rigoroso processo de regulamentação técnica e de segurança e todos esses conceitos de controle ambiental são passados aos rafteiros que tem essa oportunidade única de contato intenso com a natureza.

As atividades começam cedo no Núcleo que fica localizado a 33 km (40 minutos de carro) do centro de São Luiz do Paraitinga. Os rafteiros concentram-se na base às 8h e se preparam para encarar as corredeiras que chegam a nível VI, por 18 km de rio.

São várias corredeiras contínuas, algumas com grandes desníveis e intransponíveis onde é necessário fazer a portagem (transporte do bote e dos passageiros pela margem do rio) para transpor a corredeira de nível VI, denominada Itapavão. O desnível do Paraibuna chega a 99 metros, fato que garante boas experiências em suas corredeiras, torneadas por grandes pedras. É um rio que exige técnica e agilidade dos rafteiros.

Parada providencial – A parada para o lanche acontece no meio do percurso, com suco, água, frutas e sanduíches. É uma pausa merecida para recompor as energias e se aquecer um pouco mais. As águas do Paraibuna são bastante conhecidas por sua baixa temperatura, por serem rodeadas de mata muito fechada, quase sem o alcance do sol. Para que os rafteiros não sintam os efeitos da baixa temperatura, principalmente no inverno, não são raras as vezes que são necessárias roupas especiais de neoprene.

Os rafteiros têm a oportunidade de descer as melhores e mais conhecidas corredeiras como Saltinho, Salto Grande, Gamela, Caixão. Essa última fica em um canyon afunilado. Um turbilhão de água impulsiona o bote com toda a velocidade e não tem quem consiga sair seco dessa, é um verdadeiro liquidificador. Já a Gamela tem esse nome por ser uma corredeira que deságua em um redemoinho, de cinco metros de diâmetro, tão forte que faz o bote ficar girando como se alguém estivesse mexendo o alimento (bote) dentro de uma gamela (panela).

São corredeiras que proporcionam uma aventura diferenciada, que não encontramos em outros rios. Além de tudo isso, muita natureza nos rodeia.

Só mesmo quem foi pode saber do que estou falando. Então, não perca tempo. É uma aventura para quem gosta de viver intensamente!

O Núcleo Santa Virgínia é a maior porção contínua de Mata Atlântica preservada do Brasil. Depois de três anos fechado para os visitantes, o local volta a receber rafteiros ávidos por adrenalina. O Núcleo é uma Área de Conservação criado em 1989, localizado no Parque Estadual da Serra do Mar, com 17 mil hectares de mata nativa e em regeneração e abrange os municípios de São Luiz do Paraitinga, Cunha, Ubatuba e Natividade da Serra.

O Núcleo sofre, ainda hoje, com a extração ilegal do palmito, caça, queimadas, pastagens, que impedem a regeneração da mata nativa.

Do interior da floresta, no alto das montanhas, em pequenos grotões cercados de muito verde, a água cristalina brota da terra e vai buscando seu caminho por entre as pedras. O filete d´água da nascente vai se transformando em riachos, córregos e rios quando as águas de outras nascentes vão se juntando. Descendo a serra rumo à planície litorânea em busca do mar, as águas vão esculpindo as rochas, formando corredeiras e chegando aos vales em cachoeiras que formam os mais belos cenários da mata atlântica, com suas piscinas naturais.

As 17 cachoeiras do Núcleo Santa Virgínia se espalham pelos rios Ipiranga, Ribeirão Grande, Paraibuna e seus afluentes. Protegidos pelas florestas, estes rios são fonte de água pura para milhares de pessoas que vivem no Vale do Paraíba do Sul e que abastece também mais de 80% da população do Rio de Janeiro.

Fechamento – Exatamente no dia primeiro de dezembro de 2006, o Núcleo Santa Virgínia foi temporariamente fechado para as operadoras de turismo com o objetivo de fazer a regularização das atividades ecológicas e de aventura dentro do Parque, devido ao surgimento de muitas operadoras locais. Com isso, os responsáveis pelo Instituto Florestal decidiram regularizar essas atividades (rafting e trekking) para que não causassem problemas futuros, como impacto ambiental e injustiças como favorecimento de determinadas operadoras de turismo.

Agora nossos rafteiros podem novamente desfrutar de toda essa beleza, em contato com a natureza que luta eternamente pela sua sobrevivência em meio à selva de pedra que se forma ao seu redor.

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    É um pequeno município do estado de São Paulo, situado no Vale do Paraíba, entre as cidades de Taubaté e Ubatuba, a cerca de 180 km da capital. Tombada como Monumento Histórico pelo CONDEPHAAT é uma antiga parada de tropeiros.

    As tradições e o maior conjunto arquitetônico colonial do estado, mantém a cidade com características urbanas do século XIX e XVIII. O município sofreu com as enchentes no início do ano e luta para se reerguer nesse momento.

    Os rafteiros e os turistas ajudam na reconstrução da cidade, mantendo a economia em andamento, por isso é extremamente importante que todos continuem visitando São Luiz do Paraitinga, que ainda precisa muito de ajuda.

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    Este texto foi escrito por: Roberto de Campos Damião

    Last modified: abril 30, 2010

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