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Nível de água da Guarapiranga afasta velejadores

Redação Webventure/ Vela

O problema da falta de água na cidade de São Paulo tem se tornado uma constante e tem mudado o calendário de clubes e atletas que velejam na maior represa da cidade, a Guarapiranga. O nível da represa, que abastece cerca de 4 milhões de pessoas na zona sul de São Paulo, caiu bastante nos últimos dias. Ela está com 25,5% da sua capacidade, bem abaixo dos 32% registrados no mesmo dia do ano passado.

A diretoria do Yacht Club Santo Amaro, tradicional clube de iatismo da cidade, tem se preocupado com essa questão. “Transferimos várias regatas que estavam programadas para acontecer na represa Guarapiranga. O nível da água está tão baixo que os velejadores não conseguem descer seus barcos e realizar seus treinos.

Além disso, tem sido perigoso velejar nessa situação, pois um barco pode encalhar ou ser perfurado por galhos, troncos e outros objetos”, conta Ingrid Brunckhorst, diretora social do clube. Por isso, muitas competições organizadas pelo YCSA foram transferidas. “As regatas estão acontecendo em Santos, São Sebastião e Ilhabela”, explica Ingrid.

Nomes consagrados – Entre os atletas do YCSA que costumavam velejar e treinar nas águas da Guarapiranga estão o hexacampeão mundial da classe Laser, Robert Scheidt; o campeão mundial da classe Lightning Junior, Mark Pineda; a equipe vice-campeã dos Jogos sul-americanos 2002 da classe Lightning formada por Enrico Francavilla, Fábio Bodra e Samaia S. Francavilla; a dupla vice-campeã dos Jogos sul-americanos 2002 da classe Snipe, Carlos Henrique Wanderley e Richard Zietemann; e Izabel Ficker e Laura Zanni, que conquistaram o terceiro lugar no campeonato mundial da ISAF da classe 420.

A falta de água também trouxe outro problema aos moradores e freqüentadores da região. A sujeira e os detritos ficam mais acumulados nas margens da represa. “Isso desmotiva nossos atletas. Ninguém gosta de praticar um esporte em meio a tanto lixo”, lamenta Ingrid. Além disso, a preocupação com a saúde dos freqüentadores da represa, seja para a prática de esportes à vela, ou para um passeio de final de semana, é constante. “Há muito detrito orgânico na represa. Grande parte dos esgotos das favela não está sendo tratada e vai direto para a represa”, afirma Christian Ramcke, biólogo e sócio do Yacht Club Santo Amaro.

Este texto foi escrito por: Webventure

Last modified: outubro 25, 2002

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