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Livro esclarece enigma na morte da mergulhadora Audrey Mestre

Arquivo/ Mergulho

Carlos com sua amiga Audrey (foto: Arquivo Pessoal/ Carlos Serra)
Carlos com sua amiga Audrey (foto: Arquivo Pessoal/ Carlos Serra)

Em 2000, a mergulhadora francesa Audrey Mestre bateu o recorde feminino de mergulho livre, conhecido como “no limits” (sem auxílio de balão de ar na descida), com uma profundidade de 125 metros. Um ano depois quebrou sua própria marca, chegando aos 130 metros. Sua morte em 2002, na República Dominicana, tentando bater o recorde mundial, que era de seu marido Franciso ‘Pipin’ Ferreras, chocou companheiros e toda comunidade de mergulhadores.

Audrey teve problemas com seu balão de ar durante a subida, a volta que deveria durar apenas três minutos, durou oito. Quando a mergulhadora voltou à superfície já estava morta. Muitos culpam Pipin, que também era seu técnico e supervisionava o mergulho, por negligência ou até mesmo como culpado, mas o amigo mais próximo do casal na época Carlos Serra surge agora com novas evidências.

Após dois anos de investigações, Serra acaba de lançar o livro “The Last Attempt; The true story of Freediving Champion Audrey Mestre” (A última tentativa: A verdadeira história da Campeã de Mergulho Livre Audrey Mestre), prometendo esclarecer a verdadeira história sobre a tragédia. Em entrevista por e-mail ao Webventure, Carlos Serra fala aos fãs de Audrey e os interessados em entender as causas do acidente o que esperar do livro. “A resposta para todos os enigmas”, enfatizou. Acompanhe abaixo a entrevista com o autor na íntegra.

WebventureVocê pode nos contar um pouco da história do livro?
Carlos Serra – O livro contém toda a história, exatamente como ela aconteceu. Ele é uma narrativa cronológica, que começa no momento em que entramos no avião para a República Dominicana, quando as coisas as coisas começaram e como deram errado desde o começo.

Também há uma progressão de fatos que apareceram depois que Audrey morreu e minha determinação em descobrir o que realmente aconteceu com ela. Eu sabia desde o dia de sua morte que seu tanque reserva estava vazio. A pergunta nunca foi se o tanque estava vazio ou de quem era a responsabilidade, mas sim o porquê dele estar vazio. Teria sido um acidente? Talvez Pipin tenha esquecido de enche-lo? Falha mecânica? Homicídio? Sabotagem?

Três pessoas tentaram encher o tanque ou perguntaram a Pipin sobre o assunto antes que Audrey começasse a descer e sua resposta foi de que já tinha tomado conta dos três tanques [Audrey e dois membros da equipe que supervisionavam a descida]. Então a possibilidade de um delito se tornou evidente, sem mencionar que em ocasiões anteriores cinco pessoas já haviam morrido com Pipin.

WebventureComo foram as investigações?
Carlos Serra – Quando comecei a investigar, Pipin recusou a minha proposta e foi aí que as coisas começaram a dar errado. Apesar disso, haviam acontecido muitas situações estranhas e inexplicáveis antes, durante e depois do acidente fatal de Audrey e eu precisava de uma resposta para todos esses fatos. Enquanto algumas pessoas acusavam Pipin de tê-la matado, os fatos apontavam para outra direção. Com o tempo e a ajuda de especialistas em transtornos psicológicos, conhecida como Transtorno da Personalidade Narcisista, todos os fatos estranhos começaram a fazer sentido. Neste momento eu consegui juntar todas as peças do quebra-cabeça.

Apesar do fato de que todas as evidências (fotos, vídeos, documentos e até comentários feitos por ele) ligavam a tragédia a Pipin, havia alguma a mais que precisava de uma explicação e isso tinha a ver com a própria Audrey. No final do livro há uma virada surpreendente relacionada ao fato e a toda história.

WebventureO que as pessoas podem esperar do livro?
Carlos Serra – A resposta para todos os enigmas, todas as explicações em detalhes com responsabilidade assumida. Eu também apresento evidências tangíveis e sem controvérsias com algumas fotos que dão apoio à narrativa.

WebventureVocê tem planos de lançar o livro no Brasil?
Carlos Serra – Sim, tenho planos de traduzi-lo para português, mas ainda estou no processo de tradução do livro para espanhol. Por enquanto o livro está disponível apenas em inglês. No entanto, a língua que teve mais pedidos para tradução no meu site e pessoalmente foi português.

A colônia de mergulhadores aqui na Flórida é enorme e muito ativa. Inclusive tenho um amigo brasileiro que tem uma loja de mergulho aqui, a Dixie Divers, que tem muitos clientes e a maioria é brasileira. Eu já planejei o lançamento do livro em sua loja juntamente com um evento sobre o esporte. O evento acontecerá provavelmente na segunda semana de março.

Minha função agora é encontrar alguém que traduza o livro para português, pois lançar o livro no Brasil é uma coisa que eu adoraria fazer.

Para obter mais informações sobre o livro, o autor e a história de Audrey acesse o site www.carlosserraonline.com.

Este texto foi escrito por: Roberta Spiandorim

Last modified: setembro 1, 2017

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