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Empresa brasileira desenvolve túnel do vento que simula queda livre

Redação Webventure/ Parapente, Páraquedismo, Voo Livre

A escada e o mezanino (foto: Divulgação)
A escada e o mezanino (foto: Divulgação)

Depois de 15 anos da ideia inicial, um novo túnel de vento destinado à simulação de queda livre o Wind Up Free-Fall Simulator, desenvolvido pela empresa paulista Dýnamis , vai ter seu teste final com pessoas no final de julho. O aparelho está cercado de expectativa, já que deve propiciar treinos para quem já salta e uma experiência única para quem nunca fez paraquedismo. Embora já exista um equipamento assim em Goiânia, este é usado para treinamento militar e tem horários restritos para os civis. Já o da Dýnamis tem a proposta de ser mais acessível.

O túnel é fruto de uma ideia de 1996. A elaboração e a construção demoraram tanto por causa das dificuldades financeiras. “Não houve um processo contínuo”, explica Luciano Tanz, coordenador do projeto. “Se fôssemos começar do zero e tivéssemos todo o dinheiro na mão, seriam de 4 a 5 anos entre projeto e execução”. O que deu fôlego ao túnel foi o investimento de órgãos financiadores de pesquisa, como Fapesp, CNPq e Finep. Luciano estima que tenham sido gastos no total cerca de 5 milhões de reais.

Umas das vantagens do novo equipamento é que ele é móvel, transportável em uma única carreta de 30 toneladas, e montável em um dia sem a ajuda de guindaste. O Wind Up tem 13 metros de altura e ocupa 200 metros quadrados. Mas será complicado locá-lo para eventos curtos, pois os custos são altos. “Para operarmos o túnel em um final de semana, gastaríamos quase duas semanas”, diz Luciano. Ou seja, quem quiser alugar o equipamento por dois dias deverá multiplicar o valor da diário por duas semanas.

Entretenimento e treinamento
Além do entretenimento “quem não tem coragem de saltar de uma aeronave poderá ter essa sensação em solo” o túnel trará benefícios para os atletas. “Dizem que duas horas de túnel equivalem a centenas de horas de voo. Assim, a pessoa conseguiria atingir um bom grau de performance com custo e prazo menores”, diz Luciano.

O túnel será usado por grupo de pessoas. Após tudo pronto, o interessado em voar deverá entrar em contato com a Dýnamis (www.dynamis.ind.br) para ser inserido em um time. Tanz pretende contar com pessoas que já tenham vivência nesse tipo de equipamento. “Vamos dar atenção à parte técnica e esse pessoal nos ajudará em treinamento e instrução”, explica. Ele ainda não sabe dizer quanto custará para usar o Wind Up e qual será a capacidade de cada grupo.

No Wind Up, o ar é captado por quatro grandes entradas convergentes na base e levado por dutos até as turbinas, que são de alta eficiência e projetadas especificamente para túneis de vento. Já a câmara de voo, de policarbonato e sem estruturas metálicas, é transparente e fica estável em um único apoio. Mezaninos e área de espera são integrados à câmara de voo e possuem acesso por escada tipo Santos Dumont adaptada (veja na foto ao lado). Por fim, há um difusor que lança o ar na atmosfera e protege a câmara de voo da entrada de chuva.

De acordo com Luciano, esse túnel móvel se aproxima muito de uma versão fixa. “Ele traz características de equipamentos de maior potência, como estabilidade de fluxo de ar [ascendente] e alta velocidade de vento.” Houve também um trabalho para a redução de ruído e de vibração.

Por causa da limitação espacial para ser ter um equipamento móvel, Luciano explica que a câmara de voo é menor em relação à câmara de outros túneis. Mas ele garante que o Wind Up “terá uma boa qualidade de vento e ao mesmo tempo uma velocidade adequada para as principais manobras do paraquedismo”.

Ele também diz que inicialmente a ideia era desenvolver um equipamento fixo, mas ela foi abortada pelos custos. “A dificuldade para levantarmos recursos foi grande e a versão fixa dependia de um acordo com o proprietário de algum terreno”, explica. Mas um segundo túnel, agora fixo, já estaria em fase avançada de projeto e de início de construção, segundo o site da empresa. Ele teria as mesmas turbinas do móvel, mas em maior número e acionadas por motores elétricos. “A ideia é que o próprio retorno financeiro do móvel banque o desenvolvimento do fixo”, espera.

Este texto foi escrito por: Andrei Spinassé, especial para o Webventure

Last modified: julho 12, 2011

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