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Emoções da 18ª Recife-Fernando de Noronha

Redação Webventure/ Vela

Desfile de Jangadeiros (foto: Ricardo Dubeux)
Desfile de Jangadeiros (foto: Ricardo Dubeux)

Direto de Recife(PE) – O barco Adrenalina Pura, da Bahia, ganhou mais uma. O catamarã chegou ao arquipélago, às 8h18 (horário de Recife), deste domingo, registrando um tempo total de 19h58min14, tornando-se o fita azul pela quinta vez , deixando bem para trás os outros barcos da regata. O veleiro não quebrou o próprio recorde, de 15 horas 30 minutos e 59 segundos. O comandante, Georg Ehrensperger, disse que o vento não estava favorável, mas que estava muito feliz com mais uma conquista. “É muito bom participar desta regata e um prêmio chegar a Fernando de Noronha”, comemorou.

Na tripulação do Adrenalina Pura, barco que levou a fita azul da 18ª Regata Internacional Recife – Fernando de Noronha (Refeno), uma presença ilustre. Cláudio Biekaerk, 55 anos, que foi treinador, durante dez anos (de 1995 a 2005), do premiado velejador Robert Scheidt, octacampeão mundial da Classe Laser e três vezes medalhista olímpico (prata em Sidney 2000 e ouro em Atlanta 2006 e Atenas 2004).

A parceria, no entanto, acabou dando um tempo no fim do ano passado, quando Scheidt trocou definitivamente de classe, da Laser para a Star. Cláudio, ainda participou de três Olimpíadas pela classe Snipe (Munique, Montreal e Moscou-1980).

O trabalho desenvolvido por Cláudio, enquanto esteve treinando Scheidt, segundo ele próprio, “era muito mais psicológico”. “Quem sou eu para dizer que ensinei alguma coisa sobre vela para o Robert”, brincou. “Meu trabalho sempre foi conversar bastante, discutir detalhes e observar os adversários, já que, na água, não era possível para ele prestar atenção nesse tipo de coisa”, explicou. Na tripulação do Adrenalina Pura, ele foi o tático da equipe que conseguiu o seu quinto titulo da Regata mais charmosa do Brasil.

Pan 2007 – “A meta agora é o Pan”, afirmou o administrador Cláudio, que mora em São Paulo, e que continua velejando. Ele vai correr atrás de uma vaga no Pan-americano 2007, no Rio de Janeiro, pela classe Lightning, junto com seu proeiro Gunnar Ficker e Marcelo Batista.

Mais de 118 barcos,de 16 estados brasileiros e nove países participam da competição em 2006, que apresentou também um recorde de inscrições de veleiros estrangeiros: são 15 inscritos. A largada aconteceu no sábado e lotou o Marco Zero, no Bairro do Recife, de admiradores e curiosos. Os primeiros a sair, às 11h, foram os barcos do grupo amarelo, ou seja, bascos mais pesados e conseqüentemente mais lentos, que levarão por volta de 30horas para completar o percurso de 300 milhas náuticas, ou 545 km entre céu e mar.

Depois as outras embarcações deixaram o Recife com destino a Fernando de Noronha divididas em cinco baterias. O evento é organizado pelo Cabanga Iate Clube de Pernambuco, em parceria com a Federação Pernambucana de Vela e motor e é considerada a primeira regata oceânica do país, criada há 18 anos.

Além do fita azul, o barco que chega primeiro na competição, os três primeiros colocados das diversas classes também recebem troféus. Outras premiações também acontecem, como o primeiro estrangeiro a cruzar a linha de chegada, o barco que vem de mais longe, o tripulante mais jovem e o mais velho e a primeira mulher a chegar. O penúltimo colocado na regata leva para casa o troféu Tamar: tartaruga marinha. A cerimônia de premiação será no próximo dia 27.

Sonho – Imagine que o Paraíso tenha sido descoberto há mais de 500 anos, esteja a apenas 580 km, mas que para chegar lá você só vai de barco a vela. É isto o que estão fazendo neste momento cerca de 700 participantes de XVIII Regata Internacional Recife-Fernando de Noronha, desde 9h da manhã de sábado, no Marco Zero, localizado no Recife Antigo, cidade banhada pelo oceano Atlântico e cortada pelos rios Capibaribe e Beberibe.

Ao som de potente torres montadas na arena localizada no marco zero, eu, Ricardo Dubeux, tentava pelo 6 ano, contribuir com os organizadores da Refeno, a convite do Comodoro João Paulo Camara e seu vice Jaime Monteiro, passar toda a programação do evento, o que estava acontecendo naquele momento, explicaar o básico do esporte a vela e suas particularidade, ou seja, passar um pouco da arte de velejar.

Para terminar o espetáculo que durou quase duas horas, um desfile de jangadas, composta por 30 pescadores das águas do litoral do Recife.

Os jangadeiros do Recife, homens valentes que enfrentam as bravuras do mar, humildemente e com muito orgulho acenavam para o grande publico, que aplaudia calorosamente. Foi uma homenagem inesquecível, aquela derradeira cena, onde, jangadeiros participavam ativamente, encerrando a solenidade, de um dos principais eventos náuticos do mundo, a Refeno

Nos 18 anos de realização dessa regata, acho que foi a maior e mais sincera mostra da integração entre as novidades e antiguidades náuticas, ou melhor ainda, a mais pura e verdadeira manifestação da cultura do iatismo! Foi a primeira vez que os jangadeiros participaram da primeira regata oceânica do Brasil, convidados pela organização, e espero que, no próximo ano, seja incorporado definitivamente ao evento, pois, foi o ponto maximo da solenidade.

Parabéns a todos bravos e humildes jangadeiros do Recife, vocês mostraram para o mundo que a tradição do nosso vitorioso esporte à vela no nordeste, foi iniciada e plantada por vocês, em solo fértil. Foi de Arrepiar.

Emocionados, Bons Ventos!!!

Este texto foi escrito por: Ricardo Dubeux

Last modified: setembro 25, 2006

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