Edifícios comerciais viram atrações turísticas em São Paulo

Redação Webventure/ São Paulo

Mais do que um local de trabalho, alguns edifícios comerciais atraem pessoas por seu valor histórico, sua beleza e pela vista que proporcionam. Em locais privilegiados, marcam a paisagem das cidades e tornam-se atrações turísticas, além de criarem uma fonte de renda alternativa para proprietários e administradores.

É assim no mundo todo, a exemplo do que ocorre com o Empire State Building, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, e com as Torres Petronas, em Kuala Lampur, na Malásia. Não é diferente no Brasil. São Paulo, por exemplo, guarda surpresas com edifícios cheios de história e paisagens que ajudam a compor a beleza da maior metrópole da América do Sul.

O centro histórico paulistano é onde há mais opções de passeios desse tipo – tanto grátis, como no Edifício Martinelli, quanto pagos, como no Farol Santander. Mas outras regiões da cidade, como a Avenida Paulista e a Marginal Pinheiros, também possuem seus mirantes.

+ Que tal um novo desafio? Descubra o próximo aqui!

Para que um edifício comercial vire atração turística, não é necessário que seja o mais alto, o mais bem localizado ou o mais moderno. Roberto Patiño, diretor de Integraded Portfolio Services da JLL, lembra que é importante levar em conta a experiência do visitante. “O potencial para que prédios comerciais sejam explorados turisticamente é enorme, mas é necessário pensar em toda a experiência do visitante e abordagem de marketing, considerando acesso, amenidades, segurança, volume e combinação com outras atividades”, ressalta.

Turismo além da história

Não são só os prédios históricos que possuem potencial turístico, que muitas vezes não são tão altos ou não estão em bom estado de conservação. Patiño destaca que há prédios novos que também podem ser uma opção de atração para a cidade. “Edifícios que sejam mais novos, mas possam oferecer uma vista desimpedida e outras atividades no entorno, podem superar os prédios históricos em interesse”, exemplifica.

8 prédios comerciais de São Paulo que são atrações turísticas

Edifício Martinelli

Exemplo de empreendedorismo, o edifício que comemorou 90 anos em 2019 foi o primeiro arranha-céu de São Paulo e o mais alto do Brasil até 1947, com seus 30 andares e 105 metros de altura. Leva o nome de seu idealizador, o imigrante italiano Giuseppe Martinelli, que acumulou grande patrimônio no Brasil e queria deixar um legado. O Edifícios Martinelli foi construído aos poucos – tinha 12 andares na inauguração e só em 1934 chegou aos 30 andares. Recebeu materiais nobres importados da Europa, como cimento que dá coloração rosa à fachada, hoje tombada, e mármore de Carrara no interior.

Edifícios comerciais viram atrações turísticas em São Paulo

O projeto do arquiteto William Fillinger, porém, enfrentou críticas e desconfiança, tanto que Martinelli e sua família foram morar no topo do prédio para provar que era seguro.

O prédio já abrigou um cinema, um hotel de luxo e a sede de vários partidos políticos até que, nas décadas de 1960 e 1970, entrou em um período de degradação e virou um cortiço, ocupado por moradores irregulares. Em 1975, foi desapropriado pela Prefeitura e reformado. A reforma mais recente foi em 2008, na cobertura, que abriu em 200 para visitação. De lá para cá, o espaço foi fechado e aberto algumas vezes. Atualmente, o terraço com vista 360º da cidade oferece visitas guiadas grátis.

Farol Santander

O Edifício Altino Arantes, também conhecido como Edifício do Banespa ou Banespão, foi reaberto ao público no começo de 2018 com o nome de Farol Santander. O local abriga um espaço cultural que conta a história do prédio, da cidade e ainda a evolução bancária ao longo do último século. Um mirante e um café no 26º andar atraem moradores e turistas, pois, lá do alto. é possível ver pontos emblemáticos de São Paulo, desde a Catedral da Sé, próxima dali, até o Pico do Jaraguá, no horizonte.

Edifícios comerciais viram atrações turísticas em São Paulo

A construção do prédio teve início em 1939, mas a inauguração se deu somente em 1947, após alterações para assemelhá-lo ao Empire State Building, de Nova Iorque. Com a imponência de seus 161 metros de altura e 35 andares, o Edifício Altino Arantes roubou o posto de prédio mais alto da cidade do Edifício Martinelli e assim permaneceu por mais de 10 anos, até a inauguração do Mirante do Vale.

Edifício Itália

Aclamado como a melhor vista de São Paulo, o Edifício Itália, que tem como nome oficial Circolo Italiano, possui 165 metros de altura distribuídos em 46 andares. Foi idealizado e construído pela colônia italiana, como símbolo da ascensão social e econômica dos imigrantes, e inaugurado em 1965.

A atração é o luxuoso restaurante Terraço Itália, no topo, com a visão 360º da cidade. O térreo abriga um teatro e uma galeria, enquanto os demais andares são ocupados por escritórios. Uma de suas curiosidades é que a fachada possui 4.000 janelas e 6.000 m² de vidro.

Edifícios comerciais viram atrações turísticas em São Paulo

Ali pertinho, está o restaurante Esther Rooftop, do chef Olivier Anquier. “Ele opera em um edifício de apenas 11 andares, mas com uma vista pouco conhecida da Praça da República”, lembra Roberto Patiño, diretor de Integrated Portfolio Services da JLL.

Shopping Light

Em uma das esquinas mais movimentadas de São Paulo – a Xavier de Toledo com o viaduto do Chá, outro ponto turístico da cidade -, o edifício Alexandre Mackenzie foi construído para ser sede da empresa de energia Light, em 1929 (daí o nome pelo qual é conhecido), sendo ampliado em 1941, tombado em 1984 e restaurado na década de 1990, para abrir as portas como shopping, em 1999.

Shopping Light

Possui 50 metros de altura e nove pisos. Ao longo deles, mistura elementos modernos, como escadas rolantes, e antigos, como os portões originais da década de 1920. No topo, um espaço de festas que realiza eventos noturnos proporciona uma vista privilegiada do Vale do Anhangabaú e do Theatro Municipal.

Bolsa de Valores de São Paulo

O prédio de estilo neoclássico data da década de 1940 e foi adquirido pela Bolsa de Valores (hoje B3) em 1986. Por meio de visitas guiadas, é possível conhecer um pouco do local e ver, por exemplo, as escadas feitas de mármore italiano, obras de arte e móveis clássicos, além de aprender como funciona o pregão. O passeio também inclui cinema 3D.

FIESP

São Paulo também tem atrações turísticas para além do centro histórico. Na Avenida Paulista, um icônico prédio se destaca na paisagem – a sede da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Com seu formato anguloso, que remete a uma pirâmide, e revestimento em LED, é uma atração à parte com suas iluminações noturnas e, aos domingos, quando costuma receber shows no térreo, atraindo o público que visita a avenida fechada para os carros. O prédio tem 92 metros de altura, e o nome oficial homenageia o empresário Luís Eulálio de Bueno Vidigal Filho, presidente da entidade entre 1980 e 1986.

Hilton São Paulo Morumbi

Também fora do centro, não é exatamente uma atração turística, mas um hotel que oferece uma visão do skyline de São Paulo que encanta os hóspedes e acumula “likes” no Instagram. Localizado no CENU (Centro Empresarial Nações Unidas), no coração corporativo da cidade, foi inaugurado em 2002 e tem vista privilegiada da Ponte Estaiada, cartão-postal paulistano, e da Marginal Pinheiros – tanto nos quartos quanto nas áreas comuns, como academia e piscina.

Museu de Arte Contemporânea (MAC)

O antigo prédio do Departamento Estadual de Trânsito do Estado de São Paulo (Detran) foi doado à USP para abrigar o MAC, que começou a funcionar ali em 2012. O complexo arquitetônico é da década de 1950 e está no rol de projetos assinados por Oscar Niemeyer.

Com um acervo de cerca de 10.000 obras, entre pinturas, gravuras, tridimensionais, fotografias, arte conceitual, objetos e instalações, o MAC ganhou mais um atrativo em 2018. Seu terraço recebeu um investimento de R$ 6 milhões para a criação do Vista, um complexo gastronômico com vista deslumbrante para o Parque do Ibirapuera.

Last modified: março 17, 2020

[fbcomments]
Redação Webventure
Redação Webventure