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Ecomotion retorna à Serra da Bocaina quatro anos depois

Redação Webventure/ Corrida de aventura

Silvia Aiach: companheira fiel faz sua primeira corrida de aventura (foto: Cristina Degani/ www.webventure.com.br)
Silvia Aiach: companheira fiel faz sua primeira corrida de aventura (foto: Cristina Degani/ www.webventure.com.br)

Direto de São José do Barreiro (SP) – Há exatamente quatro anos, começava o circuito de corrida de aventura Ecomotion, que viria a se tornar o maior do país. A prova que acontece no dia de hoje (18/9) na divisa dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, o Natura Kaiak Short Adventure, parece que veio propositalmente em comemoração àquela prova, realizada em agosto de 2000.

Para quem fez parte das 20 equipes que competiram, da organização ou mesmo da cobertura jornalística, na etapa Bocaina do Ecomotion Circuit (assim era chamado) muitos momentos foram inesquecíveis e havia pelo menos uma certeza: de que mais provas não seriam realizadas. Erros de logística e comunicação de uma organização que fazia sua primeira prova de corrida comprometeram as equipes que tentaram terminar a competição. Apenas seis conseguiram.

Mas o que aconteceu em seguida foi muito diferente do futuro que a pequena comunidade da aventura composta por menos de 100 pessoas previa: o nome Ecomotion ganhou força com as etapas Parati e Itatiaia, fechando o primeiro circuito em maio de 2001. Depois seguiram-se as provas de um segundo, em São Sebastião, Florianópolis e Angra dos Reis, que terminou em agosto de 2002; a criação do circuito Short Adventure no mesmo ano; e o advento do Ecomotion/Pro e suas etapas qualificatórias, a mais importante corrida de aventura da atualidade, realizada em novembro do ano passado.

História na Aventura – Quem sabia disso? “Eu não imaginava que já faziam quatro anos da etapa da Bocaina e isso me traz uma série de reflexões”, disse emocionado Said Aiach Neto, organizador das provas da Ecomotion Outdoor Sports Marketing, em entrevista concedida ao Webventure na noite de ontem.

“A situação hoje é diferente pois aquela prova foi um batismo, éramos ingênuos e inexperientes, o que causou uma série de problemas para os atletas que participaram. Alguns estão até hoje nas minhas corridas, eu me orgulho disso”, desabafa Said. Ele explica que a Bocaina em especial é uma região muito complicada. Naquela prova, o rádio não funcionou, não tinha repetidora de sinal, nem helicóptero para equipe médica ou acompanhamento da prova.

Quando perguntado se ele imaginaria há quatro anos em que resultaria o Ecomotion, responde: “eu não sabia que o Ecomotion se tornaria tão grande, porque na época, que nem faz tanto tempo assim, não tínhamos essa procura pelas corridas de algumas horas ou poucos dias.”

Para ele, foi o momento certo de começar a organizar corridas de aventura, em um cenário que as provas só tinham uma organização, a EMA Expedição Mata Atlântica.

Como a procura por corridas cresceu, Said diz que sua empresa cresceu também, porque ele soube fazer um bom produto que se adequava nos moldes dos novos corredores: navegação possível de ser feita por equipes não tão experientes, corridas com menos risco de se perder durante a noite um dos momentos mais tensos da corrida mais modalidades esportivas praticadas, manutenção da equipe de apoio para o lado social do esporte.

Público de corridas – “Além de o nível de exigência ser outro, tenho o pé no chão para saber o que meu cliente, o competidor, quer e o que podemos oferecer junto com nosso patrocinadores e apoiadores. Naquela corrida de 2000, eu lembro que gastei 32 mil reais e ainda tive um prejuízo de 2,5 mil reais. Hoje uma etapa chega a custar 200 mil reais, mas tenho lucro. É outra realidade”, complementa.

Casado e pai de uma menina de 1 ano e sete meses, a Nina, uma comemoração velada parece ter sido feita especialmente para ele: sua mulher, Silvia Romano Aiach, está correndo pela primeira vez o Natura Kaiak Short Adventure com Mirko Price, na dupla feminina chamada Estrela.

E o amanhã? Said não está ansioso, não ambiciona ferozmente o que serão daqui a 10 anos. “Eu administro o presente, não fico pensando só no amanhã. Quero fazer o presente bem feito, alcançar o meu PC”, compara ele. “Essa é a minha corrida de aventura pessoal e quero terminar com toda minha equipe junto”.

Este texto foi escrito por: Cristina Degani

Last modified: setembro 18, 2004

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