O correspondeste do Team ABN Amro relata no seu Diário de Porto as novidades e curiosidades sobre os velejadores do ABN Amro na Volvo Ocean. Acompanhe.
Os preparativos estão praticamente prontos. Barco novo de novo, tripulação descansada e mais do que nunca ansiosa, ou melhor, sedenta pelo retorno à base em Portimão.
Depois do conforto de hotéis e restaurantes não vêm a hora de voltar ao confronto com o mar, à tentativa de recorde de distância em 24 horas, mais testes das novas idéias surgidas, as condições duras de trabalho e as acomodações espartanas a bordo do ABN AMRO 2.
O barco do casco branco (que vai ser aquele no qual os brasileiros estarão à bordo na Volvo Ocean Race) que se comportou tão bem na travessia de ida até os Estados Unidos, mostrando que tem um potencial enorme também não vê a hora de partir.
Por enquanto leva a bordo a Equipe do Dream Team, comandada por Mike Sanderson. Antes da travessia de volta para casa como estão chamando, porém, uma breve velejada até Nova Iorque para um pouco de relações públicas e divulgação e principalmente para esperar o tempo certo de partir.
Para poder chegar a conclusão de qual é a melhor hora para partir, Mike Sanderson e Stan Honey estudam o comportamento das frentes em constante deslocamento de Oeste para Leste. Analisam dados estatísticos e controlam as possíveis situações que acontecem fora do padrão conhecido.
Calculam onde e quando poderão surfar nas fronteiras das frentes de alta pressão, exatamente naqueles lugares certos onde o vento é mais forte e sopra de um ângulo mais favorável.
Avaliam como aproveitar o fluxo do rio que corre dentro do mar, a Corrente do Golfo, para tornar a viagem ainda mais rápida. Um percurso de 2924 milhas náuticas que equivalem a 5415 quilômetros.
Qual é o melhor caminho? – De vento em popa partem de Nova Iorque seguindo a Linha do Grande Círculo (LGC), aquela que garante a menor distância entre dois pontos. Uma rota que na verdade é encontrada usando um grande círculo que tem o centro da Terra como núcleo.
Nesse caso é uma rota mais polar que é a menor distância entre os dois pontos em questão: Nova Iorque e Portimão. Tornar a viagem mais curta não é uma necessidade por si só, é uma imposição da velocidade que se pretende, das condições que se quer enfrentar, tudo em nome do treinamento, do aperfeiçoamento e do condicionamento de 10 velejadores especiais.
De volta a Portugal, a bagagem vai estar ainda mais repleta de experiências práticas e de um sem número de situações reais, que serão dissecadas para gerar aperfeiçoamentos técnicos. Tudo isso será relembrado para aumentar a confiança cega entre a Equipe e o barco.
Enquanto isso acontece, André Mirsky e Lucas Brun participam do Boat Show na Marina da Glória, vivendo à distância, a aventura de seus atuais companheiros de Team ABN AMRO e futuros adversários de Volvo Ocean Race.
No dia 2 de maio também vão estar de volta a Portimão para escutar ao vivo os relatos da viagem e para iniciar a forte preparação para a largada da VOR, na Espanha, em novembro.
Se você estiver no Rio do dia 28 em diante, terá a oportunidade de conhecer, na Marina da Glória, mais esses dois brasileiros cujos nomes vão estar na boca de todos nós daqui até junho de 2006.
Este texto foi escrito por: Carlos Lua, correspondente do Team ABN Amro
Last modified: abril 20, 2005
