Foto: Pixabay

Descida eletrizante de um brasileiro no rio Zambezi

Redação Webventure/ Rafting e canoagem

Caldos, muitos caldos. É o mínimo que se pode esperar ao descer um dos rios mais famosos no mundo do rafting, o Zambezi, no Zimbábue (África). Com grande volume de água proporcionando ondas gigantescas, o rio atrai rafteiros e turistas do mundo todo. Um brasileiro conta à Webventure como foi a experiência.

“Fui como um turista. Quando contei que desci o Zambezi, meus amigos piraram”, lembra Newton Makoto Nagumo, de 31 anos, consultor de marketing e rafteiro há três anos. Na verdade, o rafting foi apenas uma parte da viagem (veja matéria) que o brasileiro fez ao Zimbábue no último reveillón. Mas ele nem pensou em resistir ao convite que as águas furiosas do rio fizeram.

Com nível variando entre IV e V, conforme a época do ano, o Zambezi (2.400 km de extensão) é descrito pelos nativos como parque de águas brancas mais seguro do mundo. Os motivos: o grande volume de água e os trechos de águas calmas que sempre vêm após as quedas. Apesar da fama, o rio fez três vítimas em 13 anos. E olha que Vasco da Gama, de passagem pela África, descreveu o Zambezi como “um rio de bons presságios”.



“Você bebe água, fica lá embaixo. Mas não se rala porque não há pedras”



O percurso varia de acordo com a empresa que opera o rafting. “As principais corredeiras do Zambezi estão logo no começo perto de Victoria Falls”, conta Newton. Victoria Falls, versão africana de Foz do Iguaçu, é onde o rio se torna violento – mil quilômetros antes, na nascente, no Zâmbia, o Zambezi não mete medo. “Dependendo da estação, em alguns trechos você pode ir, em outros, não. “É um rio muito especial, que a gente não tem similar no Brasil, fica difícil comparar”, avisa o rafteiro.

Sede diversas vezes do Camel White Water Challenge, hoje oficializado como Mundial de rafting, o Zambezi tem como principais características o canyon estreito e as ondas enormes. Por isso quem desce tem de estar preparado para o banho. “Você toma caldo mesmo. Mas o bom é que não tem muita pedra”, descreve Newton, “Você bebe água, fica lá em baixo, mas não se rala. Ou seja, o Zambezi tem ondas fantásticas e a segurança de você não bater.” Não à toa foi definido pelo seu primeiro explorador, o inglês David Livingstone, como “a estrada de Deus para o céu”.

No caminho, há cinco quedas principais:
– Stairway to Heaven
– Gullivers Travels
– The Muncher
– Oblivion
– Ghost Rider, que mais parece uma montanha russa.



“Tinha preconceito com a África. Mas lá até servem champagne com morangos em meio à savana”



Rafting e também canoagem não são os únicos esportes oferecidos na região de Victoria Falls. Há quem se arrisque no base-jump – o que não foi o caso de Newton. O primeiro a se lançar, de 30 metros, foi Jack Soper, um dos construtores da ponte que liga o Zimbábue a Zâmbia, em 1905. Safaris, não seria diferente na África, também podem ser feitos às margens do rio, num parque tombado pela Unesco, o Mana Polls National Park. Mas a visita aos leões, zebras e rinocerontes é outra história…

A viagem de Newton começou no Brasil. A parte africana deu início em Victoria Falls e lá só se faz rafting entre os meses de julho e meados de março, quando o rio está cheio. “Tinha um tremendo preconceito em relação à África. Achava que iria comer mal, que não poderia beber água e voltaria doente pra casa. Mas não é nada disso. O turismo é a segunda indústria do Zimbábue e há uma infra-estrutura enorme para visitantes. Quem quiser – e pagar – pode desfrutar de champagne com morangos no meio da savana…”, resume Newton.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira

Last modified: outubro 6, 1999

[fbcomments]
Redação Webventure
Redação Webventure