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Coolmax vence em Itatiaia e leva circuito

Redação Webventure/ Corrida de aventura

29/04 - Coolmax corre no último trecho de trekking (foto: Roger Grinblat)
29/04 – Coolmax corre no último trecho de trekking (foto: Roger Grinblat)

A Coolmax (01), formada por Rafael Reyes, Fabrizio Giovannini e Marina Verdini, foi a grande vencedora da terceira etapa do Reebok Ecomotion Circuit, que acontece neste fim de semana, no Parque Nacional do Itatiaia, com cobertura on line do Webventure

Mas, a vitória não foi fácil como o início avassalador. Da largada, em Penedo, até o PC 10 (Posto de Controle), troca de mountain bike para trekking , a equipe liderou sem problemas. A briga então estava na segunda colocação, entre By Suppplex (05), Brasil 500 anos (04) e Guiça (02). Entretanto, na trilha da Estrada de Palmital, subida para o rapel das Prateleiras (2.542 m), eles não conseguiram encontrar a referência certa na orientação e perderam a posição.

“Foi o momento mais difícil. Dormimos debaixo de um pedra, a Marina ficou com hipotermia, foi um horror. Imaginávamos ter perdido a liderança e só ficamos sabendo no rapel que éramos os quintos. E aí a moral foi lá para baixo”, analisou Fabrizio.

Apesar da desmotivação, a equipe não se entregou. “O Rafael disse para nós não desistirmos e que iríamos até o final”. A determinação foi recompensada. Após a troca de bike para trekking, no PC 17, conseguiram retornar ao topo da lista. “Olhamos que na trilha não tinha nenhuma marca de pneu de bike e começou a gerar a expectativa. E só depois vimos a equipe de Makoto (Guiça) e a By Supplex chegando”, contou.

No último trecho de trekking, os três o fizeram correndo, sem parar. Próximos da chegada, com o nado improvisado no Rio Preto, já que fora cancelado o uso de duckes (canoas infláveis) por cauda do baixo volume de água, e com uma diferença de uma hora para By Supplex, eles terminaram a corrida bem devagar, esgotados.

Fabrizio credita a vitória “à capacidade do Rafael de levantar a moral, da Marina que agüentou muita dor para chegar ao fim e eu ajudando um pouco o Rafael na navegação final”. O capitão Rafael ao entrosamento que dura três provas. “A integração entre nós é fundamental , saber quando um está mal ou cansado”.

Avião – Com o resultado da etapa, somado à vitória também em Paraty, a Coolmax venceu também o Reebok Ecomotion Circuit, e, como prêmio, receberá passagens aéreas para Nova Zelândia. “Ainda não pensei no que iremos fazer. Eu tenho que pagar mais três passagens, para meus filhos e minha mulher. Vamos ver”, brincou Fabrizio, feliz da vida.

Uma corrida de aventura é um rali humano. Uma prova de velocidade, muitas são non-stop, em que equipes, com três ou quatro integrantes, devem utilizar habilidades físicas para cumprir etapas de trekking, mountain bike, técnicas verticais (rapel, ascensão e tirolesa), cavalgada, nado, caiaque, canoagem, vela e rafting, além de terem conhecimentos em orientação.

É uma mistura de expedição e competição. Aos olhos dos competidores, é um teste de resistência física e psicológica. Aos olhos dos espectadores, é pura loucura.

O conceito foi criado pelo jornalista francês e amante da natureza, Gerárd Fusil. Em 1989, na Nova Zelândia, ele montou a precursora Raid Gauloises, dando início a um universo que hoje sustenta atletas profissionais e organizadores.

Já existe um Circuito Mundial de Corridas de Aventuras (AR World Series), formado por sete provas, todas classificatórias para Discovery Channel World Championship Adventure Race. Mas, na atualidade, a maior corrida do mundo é o Eco-Chellenge, do expedicionário Mark Burnett. A quinta edição (2000) aconteceu em Bornéo, na Indonésia.

Em razão do quinto centenário de descobrimento, o Brasil já foi sede de um corrida internacional. Em abril de 2000, Elf-Authentique Aventure, idealizada por Gerárd, cruzou os estados do Maranhão, Piauí e Ceará, em mais de 850 km de percurso. A prova passou por lugares exuberantes, como os Lençóis Maranhenses.

No rastro – O Brasil teve sua primeira corrida de aventura em 1998 com a Expedição Mata Atlântica, hoje pertence ao circuito mundial como a única etapa sul-americana. Nos últimos dois anos, quando fora formado o Circuito Brasileiro de Corridas de Aventura, houve um boom neste tipo de competição. Cada vez mais, adeptos competem em provas espalhadas por todo o país.

A EMA Expedição Mata Atlântica continua sendo a mais importante, com um percurso em torno de 450 km. Porém, há outras no rastro, como o PETAR (2000 e 2001), Raid Brotas Extreme, Litoral 2000, Reebok Ecomotion Circuit (Serra da Bocaina, Paraty e Itatiaia), Rio Eco 2000, que contou com a participação de equipes estrangeiras, Desafio Costa do Sol (Paraíba), entre outras.

Este texto foi escrito por: Webventure

Last modified: abril 29, 2001

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Redação Webventure
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