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Trilhas da Ilha Grande – Nível intermediário

Redação Webventure/ Trekking

A região próxima ao Farol dos Castelhanos é uma das atrações da ilha (foto: Theo Ribeiro/ www.webventure.com.br)
A região próxima ao Farol dos Castelhanos é uma das atrações da ilha (foto: Theo Ribeiro/ www.webventure.com.br)

As informações para a elaboração do guia de trekking básico da Ilha Grande foram fornecidas por José Bernardo, autor do livro Caminhos e Trilhas da Ilha Grande, que está à venda nas livrarias e lojas virtuais. Para entrar em contato com o autor, acesse www.jbtravessia.blogspot.com.

Na Ilha Grande é possível encontrar belas praias, cachoeiras e rios em meio à Mata Atlântica. Ao todo são 155 quilômetros de litoral com 193km2 de área. No passado o local foi sede de um presídio para criminosos de alta periculosidade, mas após a desativação esse verdadeiro Jardim do Éden se transformou em um reduto para a prática de ecoturismo.

Quantidade de trilhas Três, com diversas ramificações
Taxa de Acesso Não possui
Orientação As trilhas possuem placas de sinalização no início e algumas orientações no seu interior
Dificuldade As trilhas mesclam terrenos planos, aclives e declives
Possui rios e cachoeiras Sim
Locais para camping Sim, no Abraão e na Praia Brava
Tempo de Duração Possui trilhas de 30 minutos a 2 horas
Quilometragem Possui trilhas de 5,6 km e 6 km
Telefone de Contato (21) 2223-1500 (Instituto Estadual de Florestas, responsável pelo Parque Estadual da Ilha Grande)
Guia local Sim. (24) 3361-5516, falar com Paes
GPS da Ilha Grande 23º 08′ 21,91”S 44º 10′ 05,93”W(Abraão)
Segurança Sim. Há uma base da polícia na ilha

Histórico – Por estar localizada entre o Porto de Parati e o do Rio de Janeiro, por onde as naus e caravelas abarrotadas de ouro e pedras preciosas passavam rumo à Europa, a Ilha Grande foi freqüentemente assediada por piratas que usavam suas enseadas como refúgio e ponto estratégico para interceptar as naus portuguesas.

A volta completa em torno da Ilha Grande dura em média sete dias de caminhada, além de um trecho em que o excursionista terá que fazer de barco, por tratar-se de uma Reserva Biológica. Entretanto, não é necessário fazer uma expedição completa no entorno da ilha para se sentir na pele de um Indiana Jones.

Do Abraão, é possível ter acesso por barco ou a pé a inúmeros paraísos; alguns tão incríveis e belos que nos fazem voltar muitas vezes para confirmar se foi sonho ou realidade tudo que foi visto e sentido. Os textos a seguir se referem às trilhas de nível médio da Ilha.

Tipo de terreno Trilha na mata
Orientação Na trilha há uma placa de sinalização no início e algumas orientações em seu interior
Dificuldade Trechos com subidas e descidas íngremes
Possui rios Sim
Locais para camping Só no Abraão
Tempo de Duração 2h
Quilometragem 3,5 km
Altitude O ponto mais baixo está ao nível do mar e o mais alto a 50 metros
GPS Início da Trilha 23º 07’ 50,94”S; 44º 11’ 15,29”W
GPS Fim da Trilha 23º 08’ 9,91”; 44º 09’ 8,25”W
Recomendações Proibido o acesso após às 17 horas; levar água; lanche; repelente e lanterna. A pedra sobre a cachoeira é perigosa.
Segurança Não existem relatos de assaltos nas trilhas

Abraão – Ao sair da praça principal, em frente à Igreja de São Sebastião, siga para a esquerda, passe em frente ao DPO (Departamento de Polícia Ostensiva) e em seguida pela sede do IEF (Instituto Estadual de Florestas). Siga as orientações do roteiro Abraão Aqueduto .

Ao chegar ao Aqueduto, passe pelos arcos em direção à placa de sinalização (T2 Aqueduto Saco do Céu). O tempo e o percurso nela assinalados dizem respeito à distância entre o Aqueduto e o Saco do Céu. A Cachoeira da Feiticeira fica a meio caminho e, antes do final da descida do morro que você irá enfrentar daqui a pouco.

Na saída da placa de sinalização (T2), siga a trilha que a partir desse ponto começa a subir suavemente, passa por um trecho de grama baixa e aproxima-se de uma mata. Depois de uma curva à esquerda, você irá passar por um bambuzal (bambus amarelos) à direita e, em seguida, surge uma rampa de pedra por onde desce um riacho. Mais à frente, você cruza esse córrego.

Depois de passar pela manilha que serve de ponte, a trilha seguirá em forma de aclive e acompanha um vale à esquerda que fica cada vez mais fundo. De vez em quando, por entre os galhos, você verá à esquerda o Bico do Papagaio. Com 20 minutos de caminhada, desde que você saiu do aqueduto, a trilha chega ao topo do morro onde uma pedra nos inspira a sentar e a tomar uns goles d’água.

Com o coração menos acelerado, siga agora descendo, numa descida forte e que não ajuda as pernas. Depois de alguns ziguezagues, você passa por um bambuzal à direita (Bambu – açu) e o gradiente de descida diminui um pouco (mais à frente, ao passar por entre um bambuzal, ela ficará um pouco plana). Após esse bambuzal, a trilha segue descendo bastante sombreada, tendo à direita um vale e à esquerda um morro.

Depois de passar sobre uns blocos de pedra, onde em certas épocas pode passar um riacho, fique atento para uma clareira que irá surgir à esquerda. Não tire os olhos da trilha para ver uma pedra rente ao chão à direita, onde tem uma seta pintada indicando: Cachoeira.

Olhando na direção em que a seta aponta, você verá uma trilha subindo bem íngreme por um descampado. A trilha que segue em frente, descendo, vai para o Saco do Céu. Portanto, siga a trilha da esquerda e depois de escalaminhar um bom trecho de subida, você chegará num plano de onde é possível se ver toda a Enseada das Estrelas e parte do Saco do Céu.

Cachoeira da Feiticeira – A trilha faz uma curva à esquerda e depois de um breve plano ela começa a subir suavemente. Fique atento para uma bifurcação que irá surgir à direita, descendo bastante inclinada. Siga por ela até alcançar o Rio da Feiticeira e caminhe com cuidado, pois além da descida ser bastante acentuada, existe muitas palmeiras (tucuns) cujos troncos são cheios de espinhos.

Ao chegar ao rio, siga à esquerda caminhando sobre as pedras até alcançar a cachoeira. Existe um caminho que contorna as pedras e chega ao alto da queda d’água.

O lugar é extremamente perigoso devido a uma laje de pedra bastante escorregadia por onde escorre a água. Para montanhistas e praticantes de rapel, há alguns grampos que formam uma via por entre a queda d’água.

Tipo de terreno Trilha na mata
Orientação Na trilha há placas de sinalização pelo caminho
Dificuldade Essa trilha é composta por um longo aclive e um longo declive
Possui rios Sim
Locais para camping Só no Abraão
Tempo de Duração 2h30
Quilometragem 6 km
Altitude O ponto mais baixo está ao nível do mar e o mais alto a 750 metros
GPS Início da Trilha 23º 08’ 21.91”S – 44º 10’ 05,93”W
GPS Fim da Trilha 23º 10’ 56,91”S – 44º 11’ 23,25”W
Recomendações Proibido o acesso após às 17 horas. Levar água, lanche, repelente e lanterna. Cuidado com a correnteza dos rios.
Segurança Não existem relatos de assaltos nas trilhas

Abraão – Ao sair da praça, em frente à Igreja de São Sebastião, siga a rua de paralelepípedo, passe ao lado da igreja e dobre na primeira rua à direita até chegar num campo de futebol. Antes de dobrar esta rua, você passa em frente a uma padaria e a um mini-mercado bem na esquina. Esteja com o cantil abastecido e na mochila algum lanche para recarregar as energias durante a caminhada.

Se você estiver indo para o Caxadaço ou Bico do Papagaio, serão seis horas de caminhada sem nenhuma chance de encontrar algo para comer pelo caminho. Entretanto, em Dois Rios é possível almoçar em casa de moradores (pensão) ou num bar bem no centro da vila, onde tem de tudo. Como este percurso faz parte do trecho da trilha para a Parnaioca, onde o pernoite será obrigatório, este bar em Dois Rios é o lugar ideal para suprir a mochila com mantimentos.

Na rua do campo de futebol (Estrada de Dois Rios), siga à esquerda e passe ao lado de uma placa de sinalização (T14 Abraão – Dois Rios). A estrada segue plana, passa por entre casas e, após uma curva à esquerda, começa a subir. Numa curva fechada à direita, note no alto à esquerda uma casa com uma placa onde está escrito: Vende-se sacolé (geladinho). Não pense duas vezes…

Depois de algumas curvas e logo após um muro de pedra à esquerda, a estrada faz uma curva bem fechada à esquerda e segue subindo. Fique atento a um bambuzal que irá surgir à esquerda, ponto em que e a estrada fica reta por uns 100 metros. Para quem está a caminho do Bico do Papagaio, não despregue o olho da direita da estrada até avistar uma placa de sinalização (T13 Abraão – Bico do Papagaio). Até aqui, seu tempo de caminhada foi de aproximadamente 20 minutos.

Se você estiver indo para o Bico do Papagaio, siga as orientações do percurso Abraão Bico do Papagaio. Os que estão a caminho de Dois Rios, Caxadaço e Parnaioca, sigam em frente pela estrada, que segue subindo e fazendo curvas. Alguns riachos serão irresistíveis, tanto para se refrescar como para matar a sede. Numa curva fechada à direita, onde há uma placa de sinalização (T14), tem-se uma visão estonteante da Enseada do Abraão.

Curva da Morte – Sem dúvida um dos mais belos mirantes da Ilha Grande. A trilha que você vê descendo ao lado da placa de sinalização (T14) é um corta caminho que sai na Rua das Flores no Centro de Abraão. É uma boa opção para quem está voltando de Dois Rios.

Depois dessa curva a estrada segue subindo por mais alguns metros. Quando começar a descida, fique atento para uma trilha que irá surgir à direita junto a um bambuzal. Siga por ela para economizar uns 30 minutos de caminhada e escapar do calor da estrada. Essa trilha termina junto a um rio, que neste ponto forma uma deliciosa piscina (Piscina do Soldado). Marque bem esse lugar para não passar direto na volta e andar quilômetros pela terra.

Voltando a caminhar pela estrada, siga à direita, descendo. Depois da segunda ponte, com a trilha fazendo uma curva à esquerda, fique atento a uma placa informativa (T15 Dois Rios Caxadaço) coberta por um telhado à esquerda da estrada. A trilha que desce ao lado dessa placa dá acesso à Praia do Caxadaço (uma hora de caminhada só a ida).

Dois Rios – Seguindo na direção de Dois Rios, a estrada passa entre palmeiras até chegar numa praça. Siga à esquerda passando ao lado de uma igreja. No final dessa rua fica o que restou do presídio e já quase chegando às ruínas, à direita, tem um bar.

Depois de visitar as ruínas, siga à esquerda na direção da praia. Algumas casas à direita da rua servem refeições caseiras. Ao chegar à praia, você tanto pode caminhar para a esquerda como para a direita. Em ambos os extremos desembocam os rios que dão nome ao lugar. Vale a pena conhecer as piscinas que eles formam antes de chegar ao mar, mas cuidado com a correnteza.

Tipo de terreno Trilha na mata
Orientação Na trilha há placas de sinalização pelo caminho. Porém, principalmente depois de Lopes Mendes é necessário ficar mais atento às bifurcações
Dificuldade Subidas e descidas durante toda caminhada
Possui rios Sim
Locais para camping Sim, em Abraão, Praia Brava das Palmas e Grande das Palmas
Tempo de Duração 3h30
Quilometragem 6,5 km
Altitude O ponto mais baixo está ao nível do mar e o mais alto a 500 metros
GPS Início da Trilha 23º 08’ 21,91”S – 44º 10’ 05,93”W
GPS Praia Grande das Palmas 23º 08’ 37,86”S – 44º 08’ 25,62”W
GPS Praia dos Mangues 23º 09’ 26,10”S – 44º 08’ 28,26”W
GPS Lopes Mendes 23º 10’ 00,11”S – 44º 08’ 20,98”W
GPS Praia de Santo Antônio 23º 10’ 04,74”S – 44º 08’ 44,67”W
Recomendações Levar água, lanche, repelente, lanterna. Cuidado com correntezas na água.
Segurança Não existem relatos de assaltos nas trilhas

Existem duas maneiras de se fazer esse roteiro: uma, menos cansativa, é apanhar um barco até à Praia dos Mangues e de lá seguir caminhando por uma breve trilha até Lopes Mendes. A outra maneira, embora mais desgastante, é seguir caminhando a partir do Abraão e ter como recompensa estonteantes paisagens do paraíso, sem falar na aventura e nas idílicas praias no decorrer do passeio.

Se você preferir a primeira opção siga as orientações após a Praia dos Mangues. Já os trilheiros não terão outra escolha se não colocar uma pequena mochila nas costas, com lanche, água, lanterna, repelente e partir para o mato. Ao sair da praça principal do Abraão, siga à direita e acompanhe a praia até encontrar a placa de sinalização (T10) Abraão Pouso (veja detalhes no roteiro para a Praia do Abraãozinho).

Como você poderá ler na placa, o tempo de caminhada até a Praia do Pouso é de três horas com um percurso de aproximadamente seis mil metros. Siga a trilha que começa junto à esta placa e assim que chegar à cabine de telefone (orelhão), onde começa a Praia da Júlia, continue em frente, passando à direita de uma casa. Mais à frente, depois de uma curva à esquerda, ela começará a subir.

Depois de alguns minutos subindo sem parar, a trilha fica plana pela primeira vez (uns 100 metros). Aproveite para descansar. Depois desse plano a trilha faz uma suave curva à direita, passa ao lado de um bambuzal (à esquerda) e sobe suavemente. Assim que passar por um afloramento rochoso, ela faz uma curva de 90º para a esquerda.

Atenção! Neste ponto surgem duas trilhas subindo à direita e uma que segue em frente, como se fosse a continuidade da trilha (só que mais estreita e fechada). Siga qualquer uma das trilhas à direita, subindo.
A partir desse ponto a trilha sobe íngreme e em ziguezague por entre a mata. Depois desse trecho de subida, com muitas pedras e raízes no piso, ela descerá um pouco, mas logo a seguir, com a mata um pouco mais aberta, ela voltará a subir.

Assim que fica plana, a visão que surge à esquerda nos obriga a parar para contemplar o magnífico visual da Enseada do Abraão e parte da estonteante Praia do Abraãozinho logo abaixo. Depois dessa contemplação siga a trilha, que, a partir desse ponto, se manterá plana cortando um trecho de grama baixa e sapé. Você está na crista do morro. Assim que voltar a entrar na mata fique atento para uma bifurcação que irá surgir à esquerda. Siga a trilha principal que neste ponto, começa a descer.

Essa trilha da esquerda, depois de 15 minutos de caminhada, desaparece na mata sem chegar a lugar algum. Depois de um trecho com muitas pedras no piso, a trilha fica plana por alguns metros, voltando a descer em seguida bastante erodida. Logo após essa descida, você chega a um riacho que cruza a trilha. Beleza pura! Aproveite para reabastecer o cantil (não se esqueça de usar um purificador de água).

Depois de saciar a sede, confira se não está esquecendo nada e continue descendo até chegar a uma bifurcação onde há uma placa de sinalização (T10). A trilha que segue em frente e faz uma curva à esquerda é a trilha para a Praia Brava. A trilha que segue à direita, na direção de umas pedras junto à foz de um rio, dá acesso à Praia Grande das Palmas a qual é possível avistar deste ponto.

Praia Brava – O tempo de caminhada para se chegar a esta bela praia é de três minutos. É uma praia pequena e praticamente deserta, com excelentes pesqueiros e piscinas naturais. Nela existe um camping cujo nome tem tudo haver com a praia – Camping Paraíso, que possui banheiros, chuveiros, além de um bar.

Ao voltar à bifurcação no final da descida, onde está a placa de sinalização (T10), siga a trilha na direção de uns blocos de pedra junto ao rio. Quando chove forte, este rio enche e pode impedir a passagem. Tenha cuidado ao caminhar sobre a pedra que dá acesso à praia, pois a areia deixada pelos pés de quem a cruza, na volta, torna esta pedra escorregadia e perigosa com casos de acidentes graves. O melhor caminho é o que passa por debaixo dela. Se você preferir atravessar pelo rio, fique atento para os jacarés que habitam suas águas.

Praia Grande das Palmas – Como o nome diz, é uma praia grande, de areia dourada, águas verdes transparentes e com muitos coqueiros. Sem dúvida alguma esta enseada é uma das mais bucólicas e tranqüilas da Ilha Grande. A mata termina quase na areia e seus moradores são cheios de histórias mirabolantes.

Ao chegar ao centro da praia, logo após a Capela de São Benedito, surge à esquerda o Bar Morango das Palmas, todo decorado de bambus e bromélias. Este bar oferece saborosos pratos tipicamente caiçaras, além de sanduíches variados, petiscos e bebidas.

Após esse bar, siga até o final da areia. Depois da última casa, surge uma rampa de pedra, que você terá de subir para alcançar a trilha para Lopes Mendes. Caso você passe desse ponto e veja uma placa onde se lê: “Este não é o caminho para Lopes Mendes”, volte até encontrar a pedra inclinada. Suba pela rampa de pedra e tome cuidado com alguns pés de cactos plantados rente à trilha.

Já quase no meio da subida, com a trilha cortando um trecho de grama baixa; não deixe de olhar para trás e ver a imensa Enseada das Palmas refletindo o azul do céu em dégradé com o verde das matas. A trilha segue subindo e se aproxima de uma mata no alto. Ao chegar nesta mata a trilha começa a descer. Pequenos trechos de planos e subidas surgem, mas o que predomina é uma suave descida. Logo você verá por entre os galhos trechos da Praia do Pouso e, mais embaixo, a Praia dos Mangues, para a qual você se dirige.

Ao chegar a uma placa informativa (T10), note à direita, bem junto a esta placa, as ruínas de uma antiga fazenda, que também já foi um cemitério de crianças. Mais alguns metros, você chega a uma ponte de madeira que atravessa um rio.

Praia dos Mangues – Durante a travessia da ponte, ao olhar para a direita, observe que o rio sai de dentro de um mangue não muito grande. Continue a caminhar pela areia até se aproximar de uma casa amarela. Logo após essa casa, entre amendoeiras e coqueiros enormes, você chega num pequeno bar. Este é o último bar que você verá. Água gelada, sanduíches, biscoitos, peixe frito, cerveja é aqui o lugar.

Entretanto, em Lopes Mendes costuma haver ambulantes que vendem refrigerantes, cerveja e sanduíches. É nesta praia que atracam os saveiros que trazem os turistas para Lopes Mendes. Se você for voltar de barco para o Abraão, é aqui que você terá que pegá-lo. Siga pela areia e depois de uma breve subida, você passará por um trecho de mata e chegará às areias da Praia do Pouso.

Praia do Pouso – Quase um paraíso, não fosse pela movimentação dos barcos que chegam e partem para o Abraão. De areia dourada e águas transparentes, por aqui pousam as gaivotas, os camirangas, as voadeiras e todo aventureiro que botou o pé na trilha e partiu em busca do paraíso.

Antes de terminar a praia, siga a trilha que começa junto a uma placa de sinalização (T11) Pouso – Lopes Mendes. Neste ponto tem uma mangueira que jorra água sem parar. Assim que começar a subir, você verá uma casa à direita. Depois de uma curva à esquerda o gradiente de subida aumenta e mais à frente surge uma bifurcação. Siga por qualquer uma.

Depois que elas voltarem a se encontrar, você ainda subirá por mais alguns metros, quando então a trilha ficará plana e logo começará a descer na direção Lopes Mendes. Nesse trecho já é possível ouvir o som das ondas. Assim que começar essa descida, fique atento às placas que irão surgir à direita da trilha, junto a uma bifurcação também à direita. Uma delas, a da Fundação do Instituto Estadual de Florestas, avisa que não é permitido a prática de camping selvagem, pesca, caça e acender fogueiras.

A trilha que você vê à direita, que entra num mato bem fechado, dá acesso às praias de Santo Antônio, Caxadaço e Dois Rios. Você pode deixar para ir a Santo Antônio depois de Lopes Mendes. Entretanto, se você preferir conhecer esse paraíso primeiro, siga as orientações logo após a descrição da trilha de Lopes Mendes Trilha para Santo Antônio.

Pela trilha principal, que a partir desse ponto desce cada vez mais forte, você poderá ter a sorte de ver bandos de micos e esquilos. Quando terminar a descida a trilha passa por um córrego que deixa o caminho bastante encharcado. Ao procurar desviar, tome cuidado aonde vai por os pés para não pisar numa cobra dorminhoca. Se o dia estiver ensolarado, não deixe de estar calçado para atravessar o trecho de areia escaldante (50 metros) antes de chegar à praia.

Lopes Mendes – Ao se aproximar da praia um arco de folhagens faz lugar de cortinas que se abrem ante um palco gigantesco com três quilômetros de praia selvagem. Lopes Mendes é uma das maiores praias da Ilha Grande e uma das mais lindas, tanto que é considerada a oitava praia mais bela do mundo. É impossível não ficar maravilhado com a paisagem. De mar azul transparente e ondas para surfista nenhum botar defeito, Lopes Mendes requer cuidados quanto às correntezas.

Sua extensa faixa de areia fina e branca que cantam ao serem pisadas, já abrigou civilizações indígenas, fazendas e até um movimentado povoado. Um alemão conhecido por Peter e que habitou a região por décadas, tinha por hábito criar jacarés nas lagoas e brejos do entorno. Muitos descendentes desses animais ainda vivem em plena liberdade por lá. Para vê-los, siga pela areia até o final da praia, onde há um lago formado pela foz de um riacho com uma placa avisando da presença desses admiráveis animais.

A ilha que você vê em frente é a Ilha Jorge Grego, onde habitam milhares de atobás e lagartos imensos. É o paraíso dos mergulhadores. Se você quiser retornar ao Abraão sem passar por Santo Antônio, existe uma outra trilha de retorno à praia do Pouso. Essa trilha (na verdade uma estreita estrada de terra) começa junto a uma capela já quase no final da praia. Para retornar por este caminho, siga à esquerda pela areia da praia, até encontrar a igrejinha.

Ao avistar a capela, note que a uns 200 metros, aproximadamente, a praia fica dividida por uns blocos de pedra. Nelas, ainda é possível identificar marcas deixadas pelo afilamento de pontas de flechas, machadinhas, entre outros instrumentos usados pelos índios que habitaram a região há alguns séculos.

Se você for retornar à Praia do Pouso pela estrada de terra, vá em direção à igrejinha e siga à esquerda. Nessa esta estrada note que num determinado trecho surge uma bifurcação à esquerda e que vai na direção da praia. Continue pela estrada até chegar em outra bifurcação, onde há uma placa de sinalização (T12 Pouso Farol dos Castelhanos). Siga à esquerda e passe em frente à uma escola. Após uma breve subida, passe por algumas casas e a trilha irá descer na direção do mar. Depois ela vai costeando até chegar à Praia do Pouso.

Se você estiver em Lopes Mendes volte até encontrar a bifurcação que você passou na vinda da Praia do Pouso, onde tem uma placa do IEF alertando que não é permitido camping selvagem, pesca, caça e acender fogueira. Prepare-se para enfrentar uma trilha bastante fechada e com alguns obstáculos.

A trilha começa descendo suavemente. Num determinado trecho, olhando para trás, temos uma magnífica visão da praia de Lopes Mendes, inclusive, é possível ver um aeroporto com a pista de areia.

Logo após um bambuzal à direita, a trilha cruza um córrego (temporário) e começa a subir suavemente passando por um trecho de samambaias. Ao chegar numa pequena clareira fique atento para uma bifurcação que irá surgir mais à frente. A trilha que segue à direita é a trilha para o Caxadaço.

De tão fechada, muitos nem a percebem e acabam seguindo a trilha da esquerda, mais definida, embora também um pouco fechada atravessando um trecho de mato cercado de floresta.

A trilha para o Caxadaço é bastante complicada e poderá deixar você perdido por horas, com a chance de não chegar a lugar nenhum. A maneira mais tranqüila, mas nem por isso menos arriscada, é alcançar o Caxadaço pela trilha de Dois Rios.

Siga a trilha da esquerda, depois de um trecho plano ela começa a descer com algumas curvas por entre a mata. Em alguns trechos é possível ver a praia do alto. A descida vai ficando cada vez mais inclinada e o piso erodido requer cuidado para não se torcer o pé. Ao término dessa descida, você chega num riacho que desliza suavemente pela areia.

Praia – Apesar de a praia ser pequena, as aventuras por lá não têm limites. Sol, sombra e água fresca não são tudo que compõe a paisagem desta praia idílica. Do alto de suas pedras mais à esquerda, se tem uma visão magnífica de Lopes Mendes. Sem falar das piscinas que se formam entre as pedras.

Para se ter a visão de Lopes Mendes, a caminhada exige cuidados, pois será o tempo todo pulando de pedra em pedra até chegar numa espécie de passarela da qual não dá mais vontade de sair.

Caso precise reabastecer o cantil, existe uma fonte de água pura no extremo direito da praia. O caminho até essa fonte também é bastante complicado e exige atenção ao caminhar sobre as pedras.

Quando chegar ao canto direito da praia, siga pelas pedras e procure sempre o melhor caminho para vencê-las. Depois de uns cinco minutos subindo e descendo pedras cortantes, você verá um fio d’água que desce por uma pedra e jorra sem parar uma deliciosa água mineral.

Na volta é que as topadas nas pedras costumam acontecer.

Como chegar em Ilha Grande – Só é possível chegar à Ilha de barco. Para quem vem de São Paulo deve pegar a Rodovia Ayrton Senna até Mogi das Cruzes (44 km), depois a Rio-Santos (BR-101) até Angra dos Reis, num total de 310 km. Para quem vem do Rio de Janeiro é necessário pegar a Rio-Santos (BR-101) até Mangaratiba (aproximadamente 90 km), ou percorrer mais 50 km até Angra dos Reis. Em Angra há barcas que fazem a travessia diariamente para a Vila do Abraão, o principal porto da Ilha Grande, com duração de aproximadamente 1h30.

A empresa que opera as balsas é a Barcas SA e os horários são: segunda à quinta às 15h30, sexta-feira às 15h30 e aos sábados domingos e feriados às 13h30. Também saem barcas de Mangaratiba para o Abraão, todos os dias às 8h; com exceção de sexta-feira que sai uma barca extra às 22h. Nos dias de semana a passagem Angra/ Abraão custa R$ 5,25 e a passagem Mangaratiba/ Abraão custa R$ 5,35. Aos fins de semana o valor sobe para R$ 18. Os horários e preços estão sujeitos à alteração, para informações atualizadas ligue para 4004-3113 (não é necessário código DDD), ou acesse www.barcas-sa.com.br.

As informações para a elaboração do guia de trekking básico da Ilha Grande foram fornecidas por José Bernardo, autor do livro Caminhos e Trilhas da Ilha Grande, que está à venda nas livrarias e lojas virtuais. Para entrar em contato com o autor, acesse www.jbtravessia.blogspot.com.

Este texto foi escrito por: Alexandre Koda

Last modified: dezembro 27, 2006

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Redação Webventure
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