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Por medalhas, Isaquias e Erlon se isolaram em Lagoa Santa (MG)

Redação Webventure/ Canoagem

Isaquias Queiróz e Erlon de Souza entraram para a história da canoagem brasileira ao conquistarem a medalha de prata na categoria C2 1.000m na manhã deste sábado (20), feito que se soma à prata nos 1.000m e ao bronze nos 200m de Isaquias na C1. Para alcançarem as conquistas, a dupla se isolou de amigos e família na cidade de Lagoa Santa (MG). “Não é fácil dormir e acordar pensando no treinamento durante quatro anos”, desabafa Erlon. Já Isaquias só quer pensar em um período de descanso. “Nos últimos meses nos trancamos sem ninguém para nos perturbar, só com tranquilidade para treinar. Agora queremos umas férias”.

A dupla brasileira largou bem e chegou a passar na frente nas parciais dos 250, 500 e 750 metros, mas não resistiu à pressão do time alemão que cruzou em primeiro com 3min43seg912 contra 3min44seg819 de Isaquias e Erlon. “Brigamos pelo ouro até o final, mas quando saímos da água satisfeitos, a sensação é que fizemos o nosso máximo. Foi uma prova com muito vento de frente e desgastante”, lembra Isaquias.

Isaquias e Erlon quase ficaram o ouro. Foto: Celso Pupo/ Fotoarena Isaquias e Erlon quase ficaram o ouro. Foto: Celso Pupo/ Fotoarena

Os dois baianos são amigos há vários e sempre treinavam juntos antes de formar a dupla que antes do Rio de Janeiro se tornou campeã mundial da C2 em Milão (Itália) ano passado. “Hoje estou feliz por ter ajudado o Erlon, porque ele foi um cara que me deu muita força nesses últimos anos e merecia essa medalha”, relata o representante da cidade de Ubaitaba. “Com o passar dos dias vi que as coisas estavam dando certo para o Isaquias, então a vontade de uma medalha ficou maior ainda. Saímos daqui com um feito histórico e a sensação de dever cumprido”, completa Erlon que se emocionou e caiu no choro após cruzar a linha de chegada.

A torcida brasileira fez a diferença em todas as modalidades em que havia representantes canarinhos durante os Jogos Olímpicos e na manhã desse sábado a Lagoa Rodrigo de Freitas estava tomada por populares, muitos sem ingressos e que escalavam árvores e cercas para assistir à prova. ”Agradeço à torcida brasileira por essa força maravilhosa. As pessoas gritavam nossos nomes e a cada dia crescia a quantidade de gente nos assistindo”, lembra Erlon. “Minha maior medalha é esse público indo torcer e tenho muito a agradecer”, completa Isaquias.

Após os resultados da Rio 2016, algumas pessoas sugeriram trocar o nome da Lagoa Rodrigo de Freitas por Isaquias Queiróz, fato que enche o baiano de orgulho. “Fiquei muito feliz e surpreso pelas pessoas terem tamanho carinho com um atleta que nunca tinha ganhado medalha em Olimpíadas”. Batizado com o nome de um oficial da cavalaria portuguesa, o local abriga um estádio de Remo e, na opinião do brasileiro, poderia haver uma mescla de homenagens. “Agora tem que colocar uma mistura de nomes”.

Perguntado se tinha dimensão do que as três medalhas inéditas na canoagem representa para o Brasil, Isaquias se emociona e relembra todo o tempo em que ele esteve envolvido com o esporte. “Foi um trabalho dedicado durante meus 12 nos de canoagem e mostra a força de vontade dos brasileiros. Não é ganância, queríamos mostrar o potencial da canoagem brasileira. A medalha não é só minha, é do Brasil todo e da Bahia! Com certeza agora vamos buscar o ouro em Tóquio”.

Este texto foi escrito por: Alexandre Koda

Last modified: fevereiro 25, 2017

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