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Piloto de parapente sofre resgate de risco na Gávea

Imprudência e falta de experiência derrubaram anteontem (04/03), num vôo de parapente,
o contador uruguaio German Ott Azevedo, de 49 anos. Ele decolou da Pedra Bonita, na
Gávea, por volta das 17h30, mesmo sendo avisado que as condições metereológicas não
eram boas. Logo após a saída, foi envolvido por uma nuvem e jogado para uma área de
turbulência conhecida como rotor da pedra, no Itanhangá. Depois de se chocar contra um
paredão, German ficou 12 horas esperando socorro. Somente na manhã de ontem os
policiais civis conseguiram resgatá-lo. Segundo informação da Agência O Globo, o piloto
quebrou os dois joelhos e o tornozelo esquerdo, perdeu um dente e parte do lábio inferior.

O resgate foi arriscado. Já no fim da tarde de domingo policiais da Coordenadoria Geral
de Operações Aéreas foram avisados do desaparecimento do piloto. Um helicóptero
decolou pouco antes das 18h e foram feitas buscas até as 19h30, mesmo sem a luz do
sol e com o tempo chuvoso. Às 6h de ontem, o helicóptero decolou novamente e os
policiais conseguiram encontrar German na fenda de um paredão, próximo ao Itanhangá
Golf Club, a 600m do nível do mar.

O parapente estava pendurado numa árvore e German, deitado sobre uma rocha. Como
ele não podia se mexer, o detetive Mauro Gonçalves desceu numa corda e amarrou
German a seu corpo. Havia muitas nuvens, ventava e o helicóptero corria o risco de ser
jogado contra o paredão. O policial Adonis Lopes de Oliveira decidiu levar os dois
amarrados até o gramado do campo de golfe do Itanhangá. “Era um risco calculado, mas
havia nuvens que poderiam dificultar o trabalho. Mesmo assim conseguimos sucesso”,
comemorou Oliveira, cuja equipe já fez 1.500 salvamentos em 10 anos.

Segundo ele, é provável que o parapente tenha ficado preso numa árvore, evitando uma
batida maior no paredão. German recebeu os primeiros socorros no campo e depois foi
levado por uma ambulância do Corpo de Bombeiros até o hospital Miguel Couto, na
Gávea. Os médicos disseram que ele permaneceu lúcido durante o período em que ficou
na rocha. Mesmo ferido, o uruguaio conseguiu fazer um garrote para diminuir o
sangramento. German terá de fazer uma cirurgia plástica reparadora do lábio.

A Associação de Vôo Livre do Rio de Janeiro (AVRJ) confirmou que, no último domingo,
as condições eram desfavoráveis para o vôo de parapente e vai apurar por que o piloto
insistiu. O presidente da associação, Ruy Pinto, informou que German poderá ser punido
caso tenha sido imprudente.

Este texto foi escrito por: Webventure