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Percurso enxuto da EMA MixTerra agrada aos competidores

Redação Webventure/ Corrida de aventura

As duplas masculinas no pódio  junto com Alexandre Freitas (foto: Pedro Sibahi / Webventure)
As duplas masculinas no pódio junto com Alexandre Freitas (foto: Pedro Sibahi / Webventure)

Ontem, domingo (20), aconteceu a EMA MixTerra em Itu, interior de São Paulo, prova que marca o retorno da Expedição Mata Atlântica e de seu organizador, Alexandre Freitas. A competição foi dividida em 15 quilômetros de corrida rústica (em terreno de terra) e 25 de mountain bike, reunindo atletas das antigas e a nova geração de esportistas de aventura.

Osmar Bambini Filho, o Ozzi, foi responsável pela montagem do percurso, com o aval final do Alexandre. “A ideia era agradar tanto o profissional, que faria a prova em 2 horas, como o cara que levaria 5 horas”, disse Ozzi. “Eu peguei um circuito bruto, apenas de estradas, e coloquei trilhas. Ficamos de junho até dois dias antes da prova mexendo no trajeto, para ele ficar perfeito, redondinho.”

Os vencedores da prova foram Alexandre Manzan e Sid Barbosa, que completaram os 40 quilômetros em 1h52min25s. Alexandre, atleta de triathlon off-road, falou com orgulho de seu xará. “Temos um enorme respeito pelo Alexandre, pois a cultura [de corrida de aventura] no país não existiria se não fosse ele. Admiro ele pela persistência de vida e ainda mais agora, por trazer esse tipo de prova”.

(Confira aqui os resultados completos.)

Na categoria dupla mista, os experientes Adriana Nascimento e João Bellini levaram a melhor, com 2h13min24s. “Eu não era favorita, mas sou competitiva. Só eu sei como estão as minhas pernas depois de subir tudo isso correndo”, disse, modestamente, Adriana. “O mais importante aqui foi a festa e rever os amigos. Torço muito para que a EMA volte. O Alexandre montou essa prova para trazer novas pessoas, já se ajustando ao que é o mercado hoje”, acrescentou.

“A prova foi perfeita, do jeito que a gente treinou pra ela”, disse Rodrigo Alta, que fez dupla com Alexandre Azevedo, levando o segundo lugar no masculino, com 1h55min22s. “A parte da corrida foi bem rápida. Na bike, a gente mandou bem, só que tivemos um probleminha: quebrou a suspensão do meu parceiro. Então, falei pra ele maneirar nas descidas, mas soltar nas subidas e nas retas. A gente foi assim até o final.”

Kenny de Souza, terceiro no masculino (1h59min24s) junto com Guilherme Pahl, contou que “foi maravilhoso estar nesse lugar cheio de pedras, sobe e desce, e com a união de duas pessoas fazendo o esforço de um, o espírito da corrida de aventura”.

Já o capitão da QuasarLontra a equipe mais antiga de corrida de aventura ainda em atividade , Rafael Campos, gostou do percurso enxuto. “É desafiador, mas você não fica completamente extenuado. Quando a prova é curta demais, é pura explosão. Esta não chega a ser longa, mas dá para dosar o ritmo, sabendo em quais trechos atacar. Isso favorece os mais experientes, como eu, pois essa molecada de 25 anos é muito forte, e eu não tenho mais o mesmo gás”.

Um desses moleques é Luiz Henrique Cocuzzi, 18 anos, que correu com seu irmão de 16. “A prova foi dura, ainda mais em dupla. Meu irmão é mais novo, então ele sofreu bastante. Ele teve de acompanhar o meu ritmo e eu levar ele. Então, os dois se cansaram muito”. Apesar das dificuldades, a dupla terminou em uma boa colocação, conquistando o sexto lugar, com 2h12min13s.

Planos. Para 2012, há planos para mais três edições da EMA MixTerra, também com provas rápidas. “Não temos público pra fazer uma corrida expedicionária grande, que é extenuante e cansativa. Então, a ideia é começar a preparar o pessoal para, quem sabe daqui uns dois ou três anos, fazermos uma prova maior”, contou Patrícia Croci, conhecida como a Paty da Ema.

O estado físico do organizador também influenciou o formato do circuito. “O Alexandre tem dificuldades para ler mapa. Então, a gente optou por fazer uma prova rápida e que não tivesse navegação, pois era ele quem fazia isso na EMA e quem fez aquelas provas, sabe que os mapas, se não eram perfeitos, eram extremamente cuidadosos”, explicou Paty.

Apesar das limitações, Alexandre se mostrou bem disposto, acompanhando diversos trechos da competição, ainda que sobre a cadeira de rodas. Em uma conversa com o Webventure, ele falou que a organização foi tranquila, pois havia muitos amigos o ajudando. E ele deixa aí uma lição: “Eu acho um absurdo pessoas que nem tentam competir. Tanta gente parada hoje em dia, sem treinar, e eu, doente, venho aqui”.

Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi, de Itu (SP)

Last modified: novembro 21, 2011

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Redação Webventure
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