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Parque Nacional Serra da Canastra

Redação Webventure/ Destino Aventura

Abrindo as porteiras do ecoturismo (foto: Jurandir Lima/ TrilhasTrilhas)
Abrindo as porteiras do ecoturismo (foto: Jurandir Lima/ TrilhasTrilhas)

por Jurandir Lima

Preservar a nascente do Velho Chico, nome carinhoso pelo qual o rio São Francisco é conhecido,- este foi o objetivo da criação do Parque Nacional da Serra da Canastra, em 3 de abril de 1972. Não dá para falar da Canastra sem falar do São Francisco. Aliás, são duas belezas naturais que se misturam.

Localizado na região sudoeste do estado de Minas Gerais, abrangendo os municípios de São Roque de Minas, Sacramento e Delfinópolis, o Parque apresenta dois importantes maciços: a Serra das Sete Voltas e a Serra da Canastra, com altitudes variando entre 900 e 1.496 metros de altitude. São, ao todo, 71.525 hectares. Situado no divisor de águas entre as grandes bacias do rio Paraná e São Francisco, o Parque possui uma extensa rede de drenagem formada principalmente por rios de pequeno porte e inúmeras nascentes.

O nome Serra da Canastra possui surgiu devido à semelhança apresentada pelo imenso chapadão que, ao ser avistado de longe, parece ter a forma de uma canastra ou de um baú. Na serra, nascem inúmeros cursos d’água, tributários do São Francisco que formam, na parte alta do Parque, piscinas naturais de excepcional beleza atraindo, anualmente, um grande número de pessoas interessadas em desfrutar momentos inesquecíveis em um ambiente de tranqüilidade.

A vegetação
O Parque apresenta vegetação típica da transição entre o Cerrado e a Mata Atlântica. As formações vegetais da região são constituídas, em sua grande parte, por campos, campos rupestres e, em menor escala, por cerrados e matas ciliares. Nos campos destacam-se várias espécies da família Gramínea, que periodicamente embelezam o cenário com suas florações coloridas. As canelas-de-ema e arnicas são espécies que predominam em áreas de maior altitude (acima de 800m), onde ocorrem os campos rupestres.

A Fauna
Com relativa facilidade é possível encontrar pelos caminhos espécies ameaçadas de extinção, como o lobo-guará e o tamanduá-bandeira. A fauna do Parque constitui-se em atração turística na Unidade, pois os visitantes têm a oportunidade de observá-la, na maioria dos casos, livre em seu habitat, principalmente na parte alta da Unidade, nas primeiras horas da manhã ou ao entardecer.

Dentre outras espécies, são encontradas no local o tatu-canastra, tatupeba, tatu-galinha e tatu-de-rabo-mole, o cachorro-do-mato, a lontra, o veado-campeiro, o macaco-prego, o guaxinim e ainda aves como a ema, siriema, perdiz, codorna, tucanaçu, curicaca, gavião, coruja pato-mergulhão e a tesourinha.

O Parque está inserido na rota de algumas espécies de aves migratórias e, atualmente, tem sido bastante procurado pelos observadores do pato-mergulhão, uma espécie rara e endêmica.

O clima – As temperaturas médias mensais variam de cerca de 17ºC, no mês mais frio (julho), a cerca de 23ºC nos meses mais quentes (janeiro e fevereiro). O índice pluviométrico apresenta uma variação entre 1.300mm a 1.700mm com estação chuvosa no verão e seca no inverno podendo-se, portanto, aproveitar melhor a visita no período de abril a outubro.

Em 1996, o Parque foi o escolhido para o lançamento da Política Nacional de Ecoturismo, destacando-se como um marco para esta atividade nas unidades de conservação do nosso país. As paisagens são, também, grandes atrações do parque. A ausência de vegetação de grande porte, combinada com os contrastes de relevo, permitem ao visitante perceber imensas vistas panorâmicas do Parque e da região.

Nascente do Rio São Francisco – No Chapadão da Serra da Canastra, a apenas 6,5km da portaria de São Roque de Minas, poderá ser visitada a nascente do rio São Francisco que, após percorrer 2.714 quilômetros vai desaguar no Oceano Atlântico, entre os estados de Sergipe e Alagoas.

A importância deste rio é inquestionável. Apresenta como característica geopolítica a ligação do Sudeste com o Nordeste, por isso também é chamado de Nilo Brasileiro ou Rio da Integração Nacional – é o único de grandes dimensões genuinamente brasileiro – além de, economicamente, se fazer presente na vida de 15 milhões de pessoas.

Sua bacia hidrográfica atravessa três dos cinco biomas brasileiros, ocupando uma área de 640 mil quilômetros quadrados. É do tamanho da Itália, Holanda, Hungria, Grã-Bretanha e Suíça juntos.

Cachoeira Casca D’Anta – Na parte alta da Casca D’Anta, a poucos quilômetros da nascente do São Francisco, o ecoturista poderá visitar e desfrutar das primeiras quedas d’água e de várias piscinas naturais. Neste ponto, na grande parede do chapadão, o rio tem uma queda livre de 186 metros, formando a mais importante cachoeira de toda a região: a Casca D’Anta.

Trilha da Casca D’Anta – A trilha mais interessante leva à parte alta da cachoeira de mesmo nome. Partindo da portaria Casca D’Anta, caminha-se 4 quilômetros (cerca de duas horas), cruzando a mata de galeria que margeia o Velho Chico e, posteriormente, a mata de cerrado, característica do parque. Do alto, tem-se uma vista maravilhosa dos maciços da Canastra e da Babilônia.

Cachoeira dos Rolinhos – A segunda cachoeira mais visitada do parque, a Rolinhos despenca em cascata formando a Lagoa Azul, de águas transparentes e boa para banhos. O acesso é feito por uma trilha, a partir da estrada principal, numa caminhada de 15 minutos. Esta cachoeira pode ser observada do alto do mirante.

Garagem de Pedras – Ruínas de uma antiga fazenda da região, na parte alta do Parque, tem-se ampla visão da fazenda Cândidos, localizada entre os chapadões da Canastra e Babilônia. É o local ideal para compreender a geografia do parque nacional, visto por cima.

Cachoeiras Capão Forro – São cinco quedas d’água, a maior delas com 80 metros de altura, ideais para banhos revigorantes. Ficam próximas à entrada principal do parque, percorrendo-se uma trilha leve, com 10 minutos de caminhada. No local podem ser praticados cascading e rapel.

Parque Ecológico Cachoeira do Cerradão – Propriedade particular, localizada no entorno do parque, é um local onde se pode observar espécies da fauna e flora nativa, além de praticar uma tirolesa de 30 metros com queda no lago da cachoeira.

Saindo de Belo Horizonte, pegar a MG-050 em direção a Ribeirão Preto/SP, até o entroncamento para Piumhi.

A partir daí, seguir por estrada de terra até São Roque de Minas que fica a 8km da portaria principal do Parque.

Recomendações aos visitantes

1.Não jogar pontas de cigarros no chão ou no capim, sob o risco de causar incêndios;

2.Não jogar lixo de espécie alguma no interior do Parque;

3.Não apanhar flores, frutos ou plantas;

4.Não incomodar os animais (eles são a maior beleza deste Parque);

5.Não dirigir com velocidade acima de 30 km/h;

6.Obedecer as sinalizações e demarcações;

7.Manter-se nas trilhas e estradas de acesso;

8.Deixar o Parque conforme o encontrou, para que seus descendentes tenham o privilégio de conhecê-lo e contemplá-lo como você o viu.

Este texto foi escrito por: Jurandir Lima (arquivo)

Last modified: março 13, 2000

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