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Paris-Dakar, um divisor de águas

Faz tempo que não é mais segredo para ninguém que trabalhar em equipe, planejar, persistir, aprender com os erros, sonhar e outras tantas coisas são um dos caminhos para o sucesso. Mas não existe uma formula infalível. O Rally Paris-Dakar é um dos eventos com melhor resultado em todo o mundo e mesmo os organizadores não conseguem repetir a fórmula em provas da mesma categoria. Não há nada que chegue perto…

Quem poderia imaginar que cerca de 1.500 pessoas pagam aproximadamente R$ 35 mil só de inscrição para enfrentar 18 dias de prova, dos quais 15 no deserto? Não pense que a inscrição é cara, pois organizar um evento de 11 mil quilômetros não é fácil. Só na organização são mais de duzentas pessoas, para não falar dos médicos, da imprensa, da comida, da água, dos resgates, da segurança, da cronometragem e tudo mais que representa esta aventura do homem moderno.

Há uma enormidade de opções quando se tem R$ 35.000,00 no bolso para gastar. Aliás, muito mais, porque por mais precário que seja seu esquema, mesmo que você esteja só, correndo com uma moto, com poucas peças de reposição, sem mecânicos, não se gasta menos do que R$ 160.000,00. E aqui vai uma reflexão ou conselho: lembro que quanto menos se gasta, maior a chance de ficar pelo caminho.

Lógico que existem as equipes de fábrica, que trabalham na estratosfera, com times de 80 pessoas e orçamentos anuais de 60 milhões de reais. Já pensou? Mas isto é para poucos no universo dos 508 veículos inscritos para a prova até o momento, entre motos, carro, caminhões, quadriciclos e veículos de assistência.

Este é o mundo do esporte, a despeito da categoria. O deserto será nosso palco, nu e cru, para o sucesso ou fracasso. O resultado será imediato e transparente, não havendo espaço para qualquer névoa ou disfarce. Mas em função das diferenças de recursos existem diferentes definições de sucesso entre os competidores.

O trabalho é em equipe, mas infelizmente o grande reconhecimento ou culpa fica para o piloto pelo desempenho extraordinário ou medíocre. No meu caso, que estou num Mitsubishi Pajero Full, lamento muitas vezes o navegador mal ser lembrado, como se fosse menos importante. Um grande erro, pois aqui não existem bastidores. Isso é uma miragem.

O espantoso é que as características que tornam possível o acesso ao degrau mais alto do pódio são normalmente encontradas naqueles despreparados, muitas vezes com qualidades que inicialmente não seriam genuinamente admiradas. O que mais se venera num piloto está muito perto do que mais se despreza. O piloto precisa ser rápido, andar no limite. Mas apenas um fio de lâmina o separa dos destruidores de veículos. O deserto é quem será o divisor destas águas.

A equipe Petrobras Lubrax prepara sua 17ª participação consecutiva no Rally Paris-Dakar e vou contar tudo o que acontece nesta competição.

Ajude-me a escrever o próximo artigo. Faça perguntas, envie sugestões e tire suas dúvidas através do site www.parisdakar.com.br

Klever Kolberg, 41, é piloto do Mitsubishi da Equipe Petrobras Lubrax

A Equipe Petrobras Lubrax tem patrocínio da Petrobras, Petrobras Distribuidora, Mitsubishi Motors do Brasil, Pirelli, e apoio da Minoica Global Logistics, Banco DaimlerChrysler, Controlsat Monitoramento Via Satélite, Eurofarma, Planac Informática, Mitsubishi Koala, Mercedes-Benz Caminhões, Nera Telecomunicações, Telenor Satellite Services AS, Kaerre, Capacetes Bieffe, Lico Motorsports, Artfix, Adventure Gears, ZF do Brasil, Behr, Sadia e Dakar Promoções.

Este texto foi escrito por: Klever Kolberg, da Equipe Petrobras Lubrax