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Pan 2023: Brasil garante vagas em Paris 2024 na vela

Atuais bicampeãs olímpicas e pan-americanas, Martine Grael e Kahena Kunze conquistaram a classificação para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 por antecipação na disputa do Pan 2023. Nesta quinta-feira (2), a dupla brasileira venceu uma das três últimas regatas da classe 49erFX na raia de Algarrobo, em Valparaíso, e alcançou a pontuação necessária para não ser ultrapassada pelas argentinas Maria Sol Branz e Cecília Carranza.

Com a classificação olímpica antecipada, a dupla foca agora na conquista do bicampeonato dos Jogos Pan-Americanos numa disputa apertada com as norte-americanas Stephanie Roble e Margareth Shea e as canadenses Alexandra Ten Hove e Mariah Alice Millen.

A medal race será nesta sexta-feira (3) e terá pontuação dobrada e sem descarte. As brasileiras precisam chegar na frente das adversárias para conquistar o primeiro lugar. Uma medalha já está garantida.

“Tarefa cumprida. Estamos muito felizes por conquistarmos a classificação. A regata hoje foi bem pegada com as americanas e canadenses, porque está sendo uma disputa forte nossa com elas. Está todo mundo dando na cara, nós entramos no meio e fomos para cima. Amanhã tem mais e vamos com tudo”, disse Martine.

No 49er, Marco Grael e Gabriel Simões passaram para a medal race em quarto e têm apenas uma chance de bronze. Precisam chegar na frente dos canadenses William Richard Jones e Justin Barnes na regata final também marcada para a sexta-feira.

Na Fórmula Kite, Bruno Lobo – já classificado para Paris 2024 – entrou direto na final da nova classe olímpica e tem reais chances de título. Com desempenho quase perfeito, o maranhense espera os três adversários da finalíssima. Bruno Lobo venceu 15 das 16 regatas do calendário. O brasileiro precisa vencer apenas uma prova para concluir o campeonato e levar o bi.

Na versão feminina, Maria do Socorro Reis precisa vencer todas as regatas para ter chance real de pódio. Na decisão com quatro meninas, Socorrinho entra como quarta colocada e a norte-americana Dani Moroz fez o mesmo que Bruno Lobo só precisando de mais uma vitória para encerrar o campeonato. 

Mais uma vaga para o Brasil em Paris 2024 na vela. Na Nacra 17, Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino entram para a medal race em terceiro, muito próximos dos norte-americanos. Como os argentinos Mateo Majdalani e Eugenia Bosco ganharam o Pan por antecipação e a vaga olímpica no Mundial, os brasileiros confirmaram o multicasco verde e amarelo na França.

”Estamos evoluindo regata a regata, melhorando. E os resultados nos deixam vivos para a disputa da medalha de prata na medal race contra os norte-americanos. Estamos contentes em chegar nessa última prova com chances”, contou Samuel Albrecht.

A dupla que representará o país em Paris 2024 será a que atingir o índice no Troféu Princesa Sofia de 2024, na Espanha. Se os dois principais candidatos da Nacra 17 conseguirem tal feito, será realizada uma seletiva local.

Na IQFoil, Mateus Isaac vai para as finais em terceiro lugar. Na categoria das pranchas, o regulamento é diferente do Kite, onde os pontos são gerados. O atleta de Aruba vai direto para a final e será feita uma semifinal onde está o paulista. Os dois primeiros avançam para a decisão ao lado de Ethan Westera.

No feminino, mesmo avançando em quarto, Bruna Martinelli pode vencer os mata-matas e chegar na grande final e ganhar medalha. Bruno Fontes na ILCA 7 é o quarto colocado após dez regatas e na ILCA 6, Gabriella Kidd é a sexta no geral.

Na Snipe, a dupla Juliana Duque e Rafa Martins está em segundo lugar empatada em 21 pontos com mais dois barcos, os chilenos e os uruguaios, que vencem pelos critérios de desempate e empurram os baianos na súmula para quarto.

Na Lightning, Thomas Sumner, Ana Barbachan e Larissa Juk seguem na sétima colocação após oito disputas.

Acompanhe o tracking das regatas  – Livestream Resultados

A vela do Brasil defende a liderança histórica do quadro geral de medalhas da olimpíada das Américas. Ao longo destes 72 anos, foram 85 medalhas, sendo 39 ouros, 27 pratas e 19 bronzes.

Nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, o país levou cinco medalhas de ouro, duas de prata e duas de bronze para a equipe brasileira de vela.

Equipe Brasileira de Vela

49erFX: Martine Grael e Kahena Kunze

49er: Marco Grael e Gabriel Simões

Snipe: Juliana Duque e Rafa Martins

Nacra 17: Samuel Albrecht e Gabriela Sá

Lightning: Thomas Sumner, Ana Barbachan e Larissa Juk

ILCA 7: Bruno Fontes

ILCA 6: Gabriella Kidd

Fórmula Kite: Bruno Lobo e Maria do Socorro Reis

IQFoil: Mateus Isaac e Bruna Martinelli

Comissão técnica

Head Coach – Torben Grael

Chefe de Equipe – Claudio Biekarck

Rules Advisor – Ricardo Blu Lobato

Líder Equipe Multidisciplinar – Tânia Sampaio

Técnicos: Bruno Prada, Martha Rocha e Ricardo Paranhos

Apoio à vela Jovem

A vela brasileira tem como destaque o Núcleo de Base do programa da Confederação Brasileira de Vela – CBVela junto ao Ministério do Esporte pelo Convênio 920223/2022.

O projeto ajuda no fomento à modalidade desde o ano passado. Sede da Rio 2016 e de outros grandes eventos da vela, a Marina da Glória, na capital fluminense, recebe adolescentes entre 13 e 17 anos para treinos visando eventos nacionais e internacionais da Vela Jovem. Outros campings de treinamento foram realizados no Clube Naval Charitas, em Niterói (RJ). 

O trabalho leva jovens atletas a se aperfeiçoarem na modalidade, com o propósito de levá-los ao alto-rendimento, incluindo participações em classes olímpicas e pan-americanas.

Sobre a CBVela

A Confederação Brasileira de Vela (CBVela) é a representante oficial da vela esportiva do país nos âmbitos nacional e internacional. É filiada à Federação Internacional de Vela (World Sailing) e ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), além de ter o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) como parceiro no fomento à Vela nacional.

A vela é a modalidade com o maior número de medalhas de ouro olímpicas na história do esporte do Brasil: oito. Ao todo, os velejadores brasileiros já conquistaram 19 medalhas em Jogos Olímpicos.

A CBVela foi a primeira confederação esportiva brasileira a integrar a Rede Brasil do Pacto Global da ONU e a incorporar a agenda global da sustentabilidade – a Agenda 2030, com seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – ao seu planejamento estratégico.

Foto: Matias Capizzano