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Morre de câncer o espeleologo Ramis Bucair, aos 78 anos


Ramis em seu escritório (foto: Divulgação)

Quando o Estado do Mato Grosso ainda não era uma fronteira da soja e quase não havia estradas pela região, Ramis Bucair já fazia pesquisas nas cavernas de sua terra. Nascido no pequeno município de Poxoréu, ele cursou agrimensura e estudou espeleologia em São Paulo, mas viveu a maior parte da vida em Cuiabá, onde morreu aos 78 anos de idade, nesta terça-feria (20), vítima de câncer.

Ramis foi o responsável pela catalogação de pelo menos 39 cavernas em seu estado, que antes dele nunca haviam sido visitadas. Além disso, fundou o Grupo Espeleológico do Mato Grosso e criou um museu com seu acervo pessoal, que hoje abriga mais de 4 mil itens. O Museu de Pedras Ramis Bucair fica em Cuiabá (Rua Galdino Pimentel, s/n) e possui exemplares de pedras semipreciosas, fósseis, rochas com inscrições rupestres e até um meteorito.

Para Ericson Cernawsky Igual, sócio-fundador do Grupo Pierre Martin de Espeleologia (GPME), de São Paulo, “Ramis foi um pioneiro. Quando mal havia espeleologia organizada no país, ele foi um dos primeiros a fazer cadastro, pesquisa e catalogação de cavernas e amostras de rochas. Nunca pediu apoio ao governo, sempre teve peito para ir lá por conta própria”.

Ericson conta que, quando participou da primeira organização do cadastro digital de cavernas do país, entre 1987 e 1990, grande parte das referências vinha de seu colega mato-grossense. “Era incrível, havia muitas citações dele”, lembra.

Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi