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Introdução a espécies exóticas

Redação Webventure/ Aventura brasil

Nós, praticantes de esporte de aventura, costumamos nos preocupar com a preservação do ambiente que freqüentamos para a prática do nosso esporte. Em geral, estamos conscientes do impacto e destruição que podemos causar, sendo pouco comum ver um de nós sujando as trilhas com lixo, acampando ou defecando próximo a rios e lagos ou provocando incêndios. Entretanto, costumamos causar outros tipos de degradações mais sutis, provocadas em geral por falta de informação ou opção.

A introdução de espécies exóticas encontra-se entre eles. Tudo bem que ninguém faz trekking na mata com seu trigrinho ou com sua salamandra de estimação e os perdem por ai (até onde sabemos). Entretanto, costumamos carregar conosco espécimens de plantas exóticas quando vamos praticar o nosso esporte, no nosso lanche: são as frutas. Não que devemos deixar de come-las (afinal representam uma das melhores opções alimentícias que podemos dispor ao longo das nossas atividades) mas devemos evitar que pomares cresçam por onde passarmos.

Muitas das frutas que usamos têm uma grande facilidade de germinar em condições naturais. Para evitar que isto aconteça basta prestarmos atenção ao destino dado às suas sementes. Para isto devemos evitar cuspir as sementes de algumas frutas ou deixar de jogar por ai aquele bagaço “biodegradável” após acabarmos. Uma outra forma de introduzir sementes de frutas exóticas é através das nossas fezes. Muitas sementes que engolimos passam direto pelo nosso trato intestinal, saindo processadas e prontas para germinar.

A princípio, esta parece ser um cuidado exagerado; coisa de eco-chato. Mas além das implicações conservacionistas da invasão por estas plantas, a maioria de nós gostaria de ir para uma mata e encontra-la o mais próximo do natural que for possível. Quem anda de bike em trilhas não quer ficar passando por corredores de goiabeiras. E quem quer dar segurança para alguém escalando em uma via cheia de laranjeiras espinhentas na base?

O que fazer?:

  • De preferência para frutas sem sementes; estes frutos modificados para um consumo mais agradável (sem ficar catando caroço) não costumam ser viáveis em condições naturais;
  • Guarde os restos das frutas, mesmo elas sendo ‘biodegradáveis’;
  • Guarde as sementes que costumamos cuspir como as de laranjas e tangerinas;
  • Se a cesta de lixo não for a prova de animais, evite depositar ai os restos de frutas; elas poderiam “escapar” após um ataque de um quatí;
  • Se no local que você freqüenta não tiver banheiros ou fossas sanitárias, e você tiver que se servir do matinho, consuma frutas apenas na metade final do seu dia, evitando que as sementes sejam processadas e saiam nas suas fezes (já reparou a quantidade de goiabeiras a 2 ou 3 metros das trilhas?)

    Este texto foi escrito por: Cláudio Patto

    Last modified: outubro 15, 1999

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