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Grupo de Minas Gerais faz a maior expedição de canionismo já realizada no Brasil

Redação Webventure/ Montanhismo, Trekking

Descida de rapel (foto: Marcelo Andrê)
Descida de rapel (foto: Marcelo Andrê)

Nove aventureiros mais uma equipe de apoio da Associação Mineira de Canionismo percorreram todo o Rio Verde, na região de Passa Quatro, sul de Minas Gerais. Segundo os participantes, a expedição foi a maior da modalidade já realizada no país, com um total de 14,7 quilômetros de trajeto.

Carlos Zaith, que não fez parte do time, mas é referência neste esporte, confirma. “Se os dados da expedição estão corretos, com certeza foi a maior do Brasil. Existem cânions muito grandes na Serra Fina. Podemos tirar o chapéu para eles.”

Além da aventura, a empreitada serviu para pesquisa da qualidade da água do rio, de grande importância socioeconômica para a região. Foram coletadas amostras, especialmente nos trechos próximos a fazendas, além de medidas de vazão, temperatura e tamanho de cachoeiras e poços. As imagens captadas ainda devem virar um documentário.

Antes da descida em si, o grupo ainda teve de caminhar 10 horas até 2.535 metros de altitude, ponto do começo da empreitada. “Além do canionismo, fizemos este trekking de montanha”, contou ao Webventure Marcelo Andrê, fotógrafo e membro da equipe. “Subimos a Pedra da Mina, na Serra Fina, que é uma das travessias mais casca-grossa no Brasil.” (Clique aqui para ler sobre esta travessia.)

Já a descida durou 72 horas, com dois pernoites em acampamento selvagem. Durante o percurso, eles utilizaram técnicas de vários esportes diferentes. “Teve descida de rapel, trekking com saltos, desescalada, caminhada aquática e natação”, conta Marcelo.

Preparação eficiente. Foi necessário um ano de programação antes da viagem, para calcular desde o peso dos alimentos que seriam levados, até a divisão de trabalho, como definir os responsáveis pelos primeiros socorros, fotografia e mapeamento.

Tanta preparação deu certo: o incidente mais grave foi uma câmera de fotografia que caiu na água. “O sucesso se deu graças a duas coisas: planejamento bem feito e um grupo profissional e companheiro, com pessoas maduras, conscientes e de bom senso”, disse Marcelo.

Cada membro do time teve de carregar, o tempo todo, mais de 20 quilos em sua mochila. “Usamos muitas cordas, cadeirinhas, freios tipo oito, além das roupas de neoprene (inclusive as meias), capacete e apito para nos comunicarmos”, explica Marcelo.

Ele ainda sublinhou a importância de calçados apropriados durante a prática desse esporte, que precisam ter ótima aderência em superfícies molhadas e não podem reter a água. “Quem estava sem a bota certa teve mais dificuldades, ficavando inseguro em cima das pedras e terminando mais cansado”, disse.

Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi

Last modified: setembro 23, 2011

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