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Fábio Paiva, Edu Coelho, Carmen Lucia e Macuco irão remar 800 quilômetros, de Fortaleza (CE) à São Luiz do Maranhão

Redação Webventure/ Destino Aventura, Rafting e canoagem

O surf ski no mar (foto: Arquivo Pessoal / Fabio Paiva)
O surf ski no mar (foto: Arquivo Pessoal / Fabio Paiva)

Apesar de imensa, a costa brasileira ainda é pouco aproveitada para os esportes náuticos, como o remo. Mesmo assim, algumas grandes travessias são realizadas de vez em quando, como esta, de um grupo de pioneiros do caiaque oceânico no Brasil: Fabio Paiva, Eduardo Coelho, Carmem Lucia Silva e Marcelo Macuco vão percorrer cerca de 800 quilômetros entre Fortaleza (CE) e São Luís do Maranhão.

O idealizador da empreitada é Fabio, conhecido remador e instrutor de caiaque oceânico e de canoa havaiana, e dono da Opium Caiaques. Edu e Carmen também têm um extenso currículo esportivo (veja aqui) e Macuco é corredor de aventura. O grupo parte nesta sexta (7) para o Ceará.

Fabio e Macuco remarão solo e Carmen e Edu em dupla. Todos vão utilizar o surf ski, um caiaque oceânico muito veloz, mas sit-on-top (aberto e sem compartimento para carga), que Fábio começou a importar para o Brasil recentemente. Os barcos já partiram de Santos (SP) em direção à Fortaleza na semana passada. A seguir, o chefe da expedição conversa com o Webventure sobre a empreitada.

Como será a logística da expedição?
Será uma expedição inédita e não será para curtir. Não vamos levar barraca ou muita carga, até porque estamos indo com uma embarcação nova, o surf ski. Ele é um caiaque oceânico muito veloz, porém sit-on-top. Ou seja, você não entra dentro dele e o remador não precisa colocar saiote. O surf ski é muito estreito, instável e veloz.

Então a expedição é inédita porque é a primeira no Brasil com esse tipo de caiaque?
A primeira com esse tipo de embarcação e o maior desafio de caiaque que já fizemos nessas condições, no Brasil. Vamos viajar por 14 dias e percorrer 800 quilômetros em uma área totalmente inóspita. O que eu considero o pior trecho será dos Lençóis Maranhenses para frente, até São Luís. Vamos atravessar três estados [Ceará, Piauí e Maranhão]. E temos uma situação peculiar: como a embarcação é veloz, não teremos área de carga e apoio na água ou em terra, vamos ter de ser autossuficientes com a nossa bagagem.

O que vocês vão carregar?
Vamos levar alimentos liofilisados [desidratados], que ocupam pouco espaço, coisas pessoais, um cobertor térmico e aquela toalha de borracha, que seca mesmo estando molhada e ocupa um pequeno volume. Vamos usar calça e casaco impermeáveis e, por baixo, roupa de remar (sunga e camiseta), mais boné. Nossa mala será um saco estanque de 25 a 30 quilos.

Onde vocês irão dormir?
Faremos algumas paradas no meio do caminho. Em alguns lugares, pretendemos dormir em uma pousadinha ou em casa de pescador. Mas, em outras vezes, será ao relento, usando apenas o cobertor térmico.

Porque escolheram esse trecho do Nordeste para a viagem?
Além de ser uma área fantástica pela beleza, nessa época temos a influência dos ventos alísios [constantes e em direção única], que são os ventos mais fortes no Brasil. É uma área cobiçada pelos tops do mundo do kitesurfe, por exemplo [leia aqui]. A probabilidade é de pegarmos ventos de até 35 nós, ou seja, quase 70 quilômetros por hora. Algumas vezes, o ventro será de través [lateral], mas, na maior parte, vamos esperar ele de popa [na traseira da embarcação].

Como você juntou o grupo para o projeto?
A Carmem eu conheço da canoagem. Quando ela começou, eu já estava no esporte. O Eduardo e o Macuco fizeram curso de canoagem comigo, pois esta era a modalidade mais fraca deles como corredores de aventura. Faz 14 anos que nos conhecemos e remamos juntos. Eu e o Macuco vamos em canoas individuais, enquanto a Carmem e o Coelho vão de dupla.

Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi

Last modified: outubro 4, 2011

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