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Dr. Clemar Correa alerta sobre risco do calor na Brasil Ride

Redação Webventure/ Biking

Equipe médica traça estratégia para atendimentos (foto: Divulgação/ Alexandre Cappi)
Equipe médica traça estratégia para atendimentos (foto: Divulgação/ Alexandre Cappi)

Direto de Mucugê (BA) – Mesmo com garoa e tempo fresco no início da manhã, a tarde já começa a esquentar em Mucugê, na Chapada Diamantina, sede dos primeiros dias da Claro Brasil Ride. De acordo com os moradores locais, os dias nessa época do ano são assim, quentes e úmidos na região. Para o Dr. Clemar Correa, responsável pelo resgate médico da prova, estas são as condições mais desgastantes para exercício físico como os quase 600 quilômetros que as duplas irão enfrentar de amanhã até sexta-feira.

A previsão para os dias de prova é de termômetros próximos dos 30 graus, mas com a umidade relativa do ar em 82% ao meio dia da primeira etapa, por exemplo, que terá 140 quilômetros. “O que chamamos atenção para essa prova é o calor, que é extremamente perigoso. Ao fazer exercício extenuante e não se hidratar, ou mesmo tomar água morna por causa do sol, o atleta irá sofrer uma ação terrível do calor e pode vir a morrer”, alerta o doutor.

Clemar também dá dicas para não correr risco de hipertermia (aumento excessivo da temperatura corporal) durante as etapas: “a primeira coisa que o atleta precisa fazer é se hidratar, sempre com água fria. Evitar líquidos quentes até no café da manhã. Tudo que puder jogar de gelado para dentro do corpo ajuda, é uma forma de mantê-lo resfriado”. Além disso, ao carregar a água é preciso cuidado para não expô-la ao sol, nem a partes quentes do corpo. “O segundo cuidado importante é tomar sempre que possível bebidas isotônicas, já que o atleta perde muitos eletrólitos com o suor. E terceiro, molhar o corpo constantemente, jogar água na cabeça, entrar em rios e cachoeiras durante o percurso, tudo que houver de oferta de água para resfriar. É como um carro, se esquentar para, e pode até fundir o motor. Com o corpo humano é a mesma coisa” completa Correa.

O médico deixa um alerta aos competidores, tanto amadores como profissionais. “Estamos em uma prova com atletas de ponta, e também aqueles que não têm a performance técnica, tática ou física que o evento exige. E o que diferencia o grande atleta do grande campeão é respeitar seu limite. Ao perceber que está entrando em um sofrimento muscular brutal, uma fadiga excessiva, é o sinal do corpo que a coisa está ficando perigosa. É preciso parar para se recuperar e só depois continuar.”

Atendimento – As dificuldades da Claro Brasil Ride não se resumem apenas aos atletas. A equipe médica também terá diversos percalços para realizar seu trabalho. “É um perfil de prova que chama mais atenção da parte médica. Primeiro por ser em lugar remoto, o hospital melhor equipado está a 200 quilômetros de distância, segundo porque é muito quente. E terceiro porque vai passar em trechos que não temos acesso de jeito algum. Não tem como pousar helicóptero, nem acesso com nenhum veículo da prova. Portanto, como qualquer prova extrema do mundo, oceânicas e em alta montanha, por exemplo, em alguns momentos não tem resgate. É possível ir buscar a pessoa, mas demora e esse tempo é preocupante”, afirma Clemar Correa.

Este texto foi escrito por: Daniel Costa

Last modified: novembro 13, 2010

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