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Brasileiro é o primeiro sul-americano a correr a Maratona do Everest

Redação Webventure/ Montanhismo

Prova aconteceu aos pés do Monte Everest (foto: Arquivo pessoal/ Tadeu Guglielmo)
Prova aconteceu aos pés do Monte Everest (foto: Arquivo pessoal/ Tadeu Guglielmo)

O maratonista Tadeu Guglielmo é o primeiro sul-americano a completar o percurso da Maratona do Everest, competição que larga a 5.400 metros de altitude no Campo Base e chega a 3.400 metros. O feito foi conseguido no dia 29 de maio, data que marca a conquista da montanha pelo sherpa Tenzing Norgay e o neozelandês Edmund Hillary. O tempo de Tadeu foi de 10h30min05.

“Quando comecei a querer correr todos os continentes, eu achava que só existiam cinco, mas são sete, por causa da Antártida e da América do Sul. Depois de completar todos os continentes me senti realizado, bateu aquele sentimento de dever cumprido”, lembra o paulista. “E foi aí que comecei a correr essas provas mais diferentes, como essa do Everest ou a do Círculo Polar Ártico que corri ano passado”, conta o maratonista, que prefere provas mais ‘exóticas’, aos grandes eventos, como ele mesmo classifica. Ele também não repete provas, já que completa cada percurso uma única vez.

A grande distância do Himalaia em relação ao nível do mar foi um problema para Tadeu, que sofreu a partir dos quatro mil metros de altitude. Diferentemente da preparação para outras provas, quando treinou em escadarias (Maratona da China) ou no frio (Maratonas da Groenlândia e Antártida), o treino de adaptação para a altitude não aconteceu em virtude dos poucos picos no país que possibilitem a corrida.

“Certas pessoas se adaptam melhor à falta de oxigênio, mas não foi meu caso. Acho que por não ter me climatizado antes, passei muito mal”, lamenta. ele conta ainda que as adversidades não se restringiram apenas à prova na montanha mais alta do mundo. “Sempre tive problemas: quando fiz a trilha para Macchu Picchu, quando corri no Kilimanjaro”, relembra.

Superando as dificuldades – Correndo na cadeia mais alta do planeta, Tadeu confessa que o mais difícil da prova foi começá-la. “Foi a única das minhas maratonas onde o pior foi começar e não terminar. Apesar da adaptação que passamos duas semanas antes, eu passei mal a partir dos quatro mil metros. E eu me perguntava se conseguiria, se deveria continuar”. Mas o visual compensou, segundo ele. “Os dias amanheciam bem claros, a visão dos picos nevados quando você abre a barraca é maravilhoso”.

A prova larga a uma altitude de 5.400 metros e a chegada acontece a 3.400 metros, mas apesar do desnível ao longo do trajeto, não foi fácil correr os 42 quilômetros. “Eu pensei que desceria a Brigadeiro, que seria uma ‘descidona’, mas não é bem assim, há três subidas terríveis no meio da prova. A sensação que tive é que subi tanto quanto desci”, comenta.

Tadeu já correu pelos sete continentes, de 2003 a 2009: na América do Norte fez a Maratona de Nova York, o Desafio do Pateta, correndo a Meia e a Maratona da Disney, e a Maratona do Círculo Polar Ártico, na Groelândia. Na América do Sul ele participou da Maratona de São Paulo; na Europa fez os 42 quilômetros de Lisboa (Portugal), Firenze (Itália) e Barcelona (Espanha). Na Ásia, concluiu a Maratona da China, a da Eurásia, que começa na Turquia Asiática e termina na Turquia Européia e na África correu em Luxor, no Egito, e no Kilimanjaro, na Tanzânia. Já na Oceania, fez a Maratona de Auckland, na Nova Zelândia e na Antártida, no Circulo Polar Antártico.

Mais brasileiros – O ultramartonista brasileiro Sérgio Cordeiro também já participou de uma Maratona no Everest, em 1999, mas com organização da empresa britânica Bufo Ventures. O evento em que Tadeu participou em maio foi criado em 2003 pela empresa do Nepal Himalaya Expeditions, na data de aniversário da conquista do cume do Everest.

Este texto foi escrito por: Clarissa Viana

Last modified: julho 6, 2010

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