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Asa-delta: Brasil é dono de recorde sul-americano, mas não tem mercado de equipamentos à altura

Redação Webventure/ Voo Livre

O modelo Lightspeed  utilizado por André Wolf no recorde (foto: Divulgação)
O modelo Lightspeed utilizado por André Wolf no recorde (foto: Divulgação)

O Brasil tem ganhando destaque no cenário internacional da asa-delta. No final de janeiro (26), o recorde sul-americano de distância (modalidade cross-country) foi quebrado pelo gaúcho André Wolf, que percorreu 495 quilômetros da cidade de Caçapava do Sul (RS) até Mercedes, na Argentina.

Mas, apesar de o Brasil ostentar uma marca como essa, ainda é difícil encontrar equipamentos adequados para a prática do esporte no país. Atualmente, existem poucos modelos de asas tupiniquins se comparados à variedade do mercado internacional.

As asas são divididas em duas classes. A mais comum é a flexível, controlada por meio do peso do piloto, que se inclina para os lados, preso a um mosquetão. Elas são feitas de tubos de alumínio e um tecido chamado dacron, semelhante ao das velas de barco.

Flexível média. Dentro dessa classe, existem as asas de média e alta performance, de acordo com sua velocidade máxima. Os dois modelos brasileiros, fabricados pela Skyway (www.skyway.com.br) são de médio desempenho (60 quilômetros por hora) e custam em torno de 5 mil reais. “Fabricamos de forma artesanal e o tamanho é calculado de acordo com o peso do piloto”, explica Doraci da Silva, dono da empresa.

A principal característica da asa média é o pano simples, que só cobre a parte de cima da estrutura, enquanto a parte de baixo fica parcial ou totalmente exposta. “Por isso ela é lenta, tem mais arrasto. A razão de planeio de uma asa dessas, em média, é de 1 metro de queda para 9 metros voados”, explica o instrutor Apinagés da Costa Feliz, o Pina.

Flexível de alto desempenho. “Já as a asas de alta performance tem pano duplo e as tubulações ficam embutidas. Elas chegam a passar de 100 quilômetros por hora, com uma razão de planeio que fica em torno de 15 metros voados para cada metro de queda”, diz Pina.

Esses modelos são importados, sobretudo da Austrália e dos Estados Unidos. “Entre as marcas mais comuns está a australiana Moyes, que fabrica o modelo Lightspeed [utilizado por André Wolf] e a norte-americana Wills Wing, que faz o Falcon e o Talon”, conta Pina. “É muito caro produzir uma dessas aqui, porque parte do material é importado”, explica Pina, “além de não ter mercado consumidor”.

Rígidas. A segunda classe, mais moderna, é a de asas rígidas, que são feitas, por exemplo, de carbono. Elas se mantêm praticamente na mesma posição independente do vento e do ângulo de voo, gerando a necessidade de sistemas de controle aerodinâmico, com flaps e ailerons, como em aviões. Esses modelos são raros no Brasil, principalmente por causa do preço, que pode custar 13 mil euros.

Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi

Last modified: março 9, 2012

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