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Trilheiro do Clube Picapeiro diz que off-road é questão de gosto

Redação Webventure/ Destino Aventura, Offroad, Outros

Poca está há 12 anos no off-road: Tem que gostar (foto: Cristiane Savieto)
Poca está há 12 anos no off-road: Tem que gostar (foto: Cristiane Savieto)

Ele é quem cria e faz a planilha para toda a diversão dos sócios do Clube do Picapeiro, que reúne fãs do off-road em todo o Brasil. Cláudio “Poca” Xavier é responsável pelo levantamento das trilhas e coleciona histórias na modalidade. Saiba mais na entrevista abaixo.

Webventure – Como você começou no off-road?
Poca
– Eu estou ligado a isso desde criança porque no lugar onde eu morava, em Jandira (SP), precisava de um veículo 4×4 para chegar em casa. Há três, quatro anos investi para poder continuar participando desses eventos, já que não tinha condições de pagar por isso. Comecei a realizar passeios e criei uma empresa de eventos off-road, a Trail Way. Eu sempre fiz isso por gosto.

Webventure – Há quanto tempo você formula as trilhas para o Clube do Picapeiro?
Poca
– Desde outubro do ano passado, já fiz umas cinco trilhas para o encontro. É interessante porque a gente chama de trilha mas se trata de um passeio, em que a pessoa se diverte e tem uma noção do off-road. Procuramos sempre fazer a interação com as cidades, mostrando inclusive para as pessoas que moram ali a existência de um caminho alternativo ao asfalto e que pode ser uma bom opção num fim de semana, como lazer.

Webventure – Você já deve ter feito muitas trilhas radicais… Conte qual delas foi a mais incrível.
Poca
– Em 1997, fiz uma das trilhas mais difíceis do Brasil, quem é do meio conhece, chama-se Trilha do Telégrafo. Fica no litoral sul de SP, onde passaria um pedaço da BR 101 que nunca existiu. São 18km, entre Ariri e Guaraqueçaba, numa região absolutamente pantanosa, de manguezal. Tentamos fazê-la por três vezes, na última conseguimos. Foram necessários três dias para percorrer os 18km. É preciso muita paciência. Você anda um metro e atola. Às vezes não tem nem onde ancorar o guincho. O único rio que corta o local serpenteia por ele 25 vezes. No inverno, há trechos em que se você passar andando a água está na sua cintura. Em época de cheia, é impossível transitar. Pode ser difícil alguém achar isso legal, mas eu gosto. Sempre gostei de esportes em terra.

Webventure – Deve ter muita gente lendo esta entrevista que gostaria de começar a encarar a lama e a adrenalina do off-road. Além de ter o veículo adequado e equipamentos de segurança, o que mais é preciso para entrar para a turma?
Poca
– Tem que querer. Quem tem vontade, supera tudo. Se já possui o carro, comece a andar devagar, em lugares fáceis, participando de passeios. O segredo é gostar porque às vezes tem gente que vai a um passeio e não volta mais, simplesmente não gosta deste tipo de esporte. Mas tenho certeza de que são poucos os que experimentam e deixam de gostar.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira

Last modified: abril 23, 2001

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