A agenda está lotada. Durante toda esta semana que envolve o dia 5 de junho, o meio ambiente é o alvo principal de eventos sociais espalhados pelo Brasil, principalmente em São Paulo e Brasília (veja abaixo os links desta matéria).

A ‘Semana do Meio Ambiente’ tem como objetivo estimular, além da conscientização de se preservar do planeta onde vivemos, a atuação da sociedade. “Percebemos que as pessoas querem participar e estão preocupadas com as questões do meio ambiente e sociais. Mas elas não sabem como se engajar, como abrir espaços para atuar”, explicou o diretor de marketing da S.O.S Mata Atlântica, Plínio Bocchino.

Abraçando a Mata Atlântica – A entidade, que visa defender os 8% restantes da reserva, foi a primeira a dar iniciar as atividades pela data. No dia 27 de maio, lançou, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, a campanha “Venha abraçar a Mata Atlântica”, que se estenderá até setembro, com a intenção de coletar o maior número possível de assinaturas para depois pressionar o congresso nacional a aprovar o projeto de Lei 285/99, que estabelece restrições e critérios para o corte e exploração dos recursos naturais, criando também obrigações e estímulos para a recuperação do ecossistema.

“É em função de uma lei que está, há muitos anos, parada no congresso nacional e que não é vista como prioridade. Estaremos em lugares estratégicos, escolas, faculdades, ONG’s, em eventos que participamos e nas portas do Cinemark, divulgando nossa campanha. Estas assinaturas são o apelo da população”, completou Plínio.

Fora a campanha, a S.O.S Mata Atlântica inicia nesta semana mais duas ações. “São atividades que fazem com que as pessoas percebam que as questões relacionadas ao meio ambiente fazem parte do dia a dia delas, ou seja, que este assunto está dentro de casa, no trabalho, na escola, na universidade e não em locais distantes que geram uma certa imobilidade”, defendeu Plínio.

A primeira associa a data com o Ano Internacional do Voluntariado. Chamado de “Plantando Cidadania”, o programa capacita voluntários a levar dinâmicas para as escolas públicas municipais e estaduais. “Há muitas crianças que nos pedem informações sobre a Mata Atlântica e não temos como atendê-las. Temos uma equipe pequena para esta demanda. Então, estamos treinando voluntários, em três dias, para que possam depois visitar estas escolas”. A primeira a receber o programa será a Escola Municipal Guaiambu, em Interlagos, no próximo sábado.

Troncos e vôo ecológico – Ontem, em cerimônia para convidados, a entidade inaugurou, no edifício do Grupo Abril, a exposição “Troncos”, baseada em uma campanha publicitária institucional veiculada na mídia impressa no ano passado, com fotos do goiano João Caetano e criada pela agência F/Nazca. “É um campanha que irá sensibilizar as pessoas com o que está acontecendo com o meio ambiente”, definiu Plínio.

A entidade ainda promoverá, no dia 17 de junho, um vôo ecológico, em parceria com a empresa de aviação Rio Sul e a Infraero, no qual, sobrevoando a 3.000 m de altura, o comandante de aeronave transmite informações sobre a Mata Atlântica, mostrando áreas preservadas e desmatadas.

Metrô – Não só nesta semana como ao logo de todo o mês de junho, as estações de metrô de São Paulo terão, cada uma, exposições que retratam o relacionamento do ser humano com a natureza e suas contradições. A iniciativa surgiu da Companhia do Metropolitano de São Paulo, empresa ligada à Secretaria dos Transportes Metropolitanos do Governo do Estado de São Paulo, em conjunto com fotógrafos e artistas plásticos.

Na Estação São Bento, por exemplo, a mostra ‘O Planeta somos Nós’ reúne trabalhos da artista plástica Cristina Márcia Gonçalves que, através de painéis e pintura sobre óleo, traz reflexões sobre como o homem aprende a tratar a si mesmo, observando a natureza. Já na Estação Santa Celília, o tema é “Extinção é para Sempre’, uma mostra fotográfica de espécies da fauna e flora brasileiras em risco de extinção. Na Sé, acontece a exposição “Mico 1000”, que retrata o esforço de conservação do mico-leão-dourado. A mostra, que conta com 40 painéis com fotos, mapas e textos, começou em 2 de junho e vai até o dia 28 do mesmo mês.

Ao todo, são sete pontos com eventos no metrô (Estação Sé, Sumaré, Clínicas, República, Liberdade, São Bento e Santa Cecília).

Pilhas e baterias – A marca de relógios Swatch dá continuidade ao seu programa de arrecadação de baterias e pilhas. Em iniciativa pioneira no segmento, a empresa pretende conscientizar os clientes a dar um destino final adequado para as pilhas e baterias usadas dos relógios. Em vez de jogá-las no lixo comum, os consumidores poderão entregá-las nos postos de assistência técnica da marca e às Swatch Store.

“Determinadas matérias, quando jogadas em lixo comum, podem degradar o meio ambiente e levar até um milhão de anos para se decompor. Não podemos nos furtar de nossa responsabilidade de cidadania, diante de tamanho risco”, explica Stefan Aeschbach, presidente do Swatch Group Brasil.

Em Curitiba, a prefeitura da cidade lançou, ontem, o programa de educação ambiental ‘Verde Cidade Ambiente com Qualidade’, direcionado aos servidores municipais. O programa terá ações como a economia de energia elétrica, a separação de materiais recicláveis e a redução do uso de materiais descartáveis nos espaços públicos da prefeitura.

Durante a semana, outro destaque é uma feira na Boca Maldita, que reúne 12 instituições governamentais e não-governamentais que atuam na área de meio ambiente. O evento divulgará as ações e programas desenvolvidos pelos participantes e termina no sábado.

Em Brasília – Na capital federal, o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, e o presidente do Ibama, Hamilton Casara, inauguraram, no último sábado, a Semana do Meio Ambiente, no estacionamento 12 do Parque da Cidade, com uma exposições dos principais projetos de conservação da fauna silvestre e de programas programas ambientais destinados à preservação de florestas.

Até domingo próximo, os principais centros de estudo e conservação de animais silvestres, mantidos pelo ministério e o Ibama, também apresentarão aos visitantes réplicas de tartarugas-marinhas, peixes-bois e baleias jubarte.

Sobre a Amazônia – Algumas Organizações Não-Governamentais de Brasília lançaram ontem, na Câmara Federal, Anexo 2, Plenário 8, às 9h, o relatório de ‘Desenvolvimento e Conservação do Meio Ambiente – pesquisa de opinião com lideranças e a população da Amazônia’.

A publicação, produzida pela WWF-Brasil (ONG dedicada à conservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável) e ISER – Instituto de Estudos da Religião (ONG sediada no Rio de Janeiro), tem 80 páginas com gráficos e entrevistas com 90 lideranças e formadores de opinião de várias categorias da sociedade (parlamentares, empresários, cientistas, técnicos e gestores governamentais, militares, religiosos, jornalistas, movimentos sociais e ambientalistas, grupos de madeireiros, ribeirinhos e extrativistas). Clique aqui para ler mais.

Este texto foi escrito por: André Pascowitch

Last modified: junho 6, 2001

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